Regularização do estoque de vacina contra catapora só deve acontecer no início do ano que vem. A informação foi apresentada pela diretora de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Imunização da Secretaria de Estado de Saúde, Marcela Lencine Ferraz, durante audiência pública na Assembleia Legislativa ontem.
Na reunião, a diretora confirmou aos parlamentares que Minas Gerais está sem estoque da vacina contra Covid-19 e tem recebido irregularmente o imunizante contra catapora. A situação também vem afetando o abastecimento nas unidades de saúde em Uberaba nos últimos meses.
Segundo a diretora, o Ministério da Saúde comprometeu-se a regularizar a entrega da vacina contra Covid na primeira quinzena deste mês. Em relação ao imunizante contra catapora, a justificativa do governo federal é que os fornecedores enfrentaram obstáculos regulatórios e de fabricação, com previsão de regularização do estoque para o primeiro semestre de 2025.
De acordo com a representante do governo estadual, desde agosto de 2023 a entrega da vacina contra catapora tem sido irregular e a última remessa foi recebida em junho deste ano. Ela salientou que o Estado mantém um pequeno quantitativo de doses para uso em casos de surtos.
Com a situação, a diretora informou que foi registrada queda na cobertura vacinal da catapora, que diminuiu de 79% para 69,4%.
Representante da Associação Mineira de Municípios (AMM), Thiago Ferreira de Oliveira afirmou que a entidade está há 90 dias cobrando do Ministério da Saúde a regularização das entregas.
Presente à audiência, o coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (CAO-Saúde), promotor Luciano Moreira de Oliveira, relatou que sabia da irregularidade na entrega da vacina contra catapora e se comprometeu a fazer contato com o Ministério Público Federal, para buscar a interlocução com o Ministério da Saúde e a solução da questão.
A situação foi duramente criticada pelo presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, deputado Arlen Santiago (Avante). Ele considerou contraditório o governo federal defender a vacinação e não entregar os imunizantes para os municípios. “Vivemos uma situação dramática na questão das vacinações”.