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Em Pequim, governo Lula anuncia R$ 27 bilhões de investimentos da China no Brasil

Publicado em 12/05/2025 às 13:53
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O presidente Lula e a primeira-dama Rosângela Lula da Silva no desembarque em Pequim (Foto/Ricardo Stuckert/Presidência da República)

O presidente Lula e a primeira-dama Rosângela Lula da Silva no desembarque em Pequim (Foto/Ricardo Stuckert/Presidência da República)

Durante visita oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (12) um pacote de investimentos chineses no Brasil que totaliza R$ 27 bilhões. A informação foi divulgada por Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), após um fórum de negócios realizado em Pequim com a participação de autoridades e empresários dos dois países.

Os aportes foram anunciados por diversas empresas chinesas interessadas em expandir suas operações no Brasil. Entre os principais investimentos, estão os R$ 6 bilhões da montadora Great Wall Motors (GWM) para ampliar sua presença no setor automotivo brasileiro, além de R$ 5 bilhões da plataforma de delivery Meituan, que pretende lançar o aplicativo “Keeta” no Brasil com a expectativa de gerar até 104 mil empregos diretos e indiretos.

Outros aportes relevantes incluem R$ 3 bilhões da estatal de energia CGN para a instalação de um centro de geração renovável no Piauí e até R$ 5 bilhões da Envision para criar o primeiro parque industrial de emissão neutra de carbono da América Latina. Também estão previstos investimentos da rede de sorvetes Mixue, que deve gerar 25 mil empregos até 2030, e da mineradora Baiyin Nonferrous, que adquiriu uma mina de cobre em Alagoas.

Além desses, empresas como DiDi (proprietária do 99 Táxi), Longsys (do setor de semicondutores) e grupos farmacêuticos também demonstraram interesse em investir no Brasil. O governo brasileiro ainda destacou acordos para a promoção de produtos nacionais na China, abrangendo setores como café, cinema e varejo.

A visita de Lula à China integra uma estratégia mais ampla de fortalecimento dos laços comerciais com o principal parceiro comercial do Brasil. O presidente viajou acompanhado por 11 ministros, parlamentares, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e cerca de 200 empresários. A comitiva passou anteriormente pela Rússia, onde Lula se encontrou com Vladimir Putin e defendeu um cessar-fogo no conflito na Ucrânia.

Em discurso, Lula destacou o papel crescente da China como investidor no Brasil, país que atualmente ocupa a quinta posição entre os que mais investem diretamente no território brasileiro, com um estoque superior a US$ 54 bilhões. Ele ressaltou ainda a importância de ampliar o intercâmbio cultural e turístico, com mais voos entre os países e cooperação em áreas como tecnologia e educação.

Para o presidente, o Brasil precisa aproveitar os recursos obtidos com a exportação de commodities para investir em setores de maior valor agregado, como a indústria de carros elétricos, baterias e inteligência artificial. Segundo ele, a cooperação com a China pode ser decisiva nesse processo.

Durante a estadia em Pequim, estão previstos encontros com o presidente chinês Xi Jinping, além de reuniões bilaterais e multilaterais, incluindo representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). A expectativa é que novos acordos sejam firmados ao longo da visita, especialmente em áreas como o agronegócio e a biotecnologia, com iniciativas para reduzir barreiras burocráticas e ampliar o acesso de produtos brasileiros ao mercado chinês.

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