O número foi apresentado em coletiva de imprensa do governo estadual nesta quarta-feira (28/05) como uma tentativa de tranquilizar a população
Coletiva foi realizada na Cidade Administrativa com representantes do Instituto Mineiro de Agropecuária e Secretarias de Agropecuária e Saúde (Foto/Videopress Produtora)
Minas Gerais recebe entre 600 a 700 notificações sobre possíveis problemas de saúde de aves todos os anos. O número foi apresentado em coletiva de imprensa do governo estadual nesta quarta-feira (28/05) como uma tentativa de tranquilizar a população após a publicação do decreto de emergência sanitária devido à gripe aviária, publicado nessa terça (27/05).
“Dessas notificações, poucas classificamos como suspeita fundamentada em que há necessidade de fazer a coleta e testagem. Neste caso (de Mateus Leme), detectamos a necessidade de coletar material”, explicou a gerente de Defesa Sanitária Animal do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Izabella Hergot, durante a coletiva. São ocorrências diversas, como mortes por outras doenças ou por impacto contra alguma estrutura. “O que acontece em aves de vida livre foge um pouco do controle porque não tem como prender todos os passarinhos do mundo em uma gaiola. Em Mateus Leme, era uma situação esperada de acontecer”.
Três aves foram encontradas mortas em um sítio em Mateus Leme, na região metropolitana de Belo Horizonte. Após testes laboratoriais, a infecção por gripe aviária foi confirmada na segunda-feira (26/05). “É muito importante que deixemos claro que não é uma propriedade de natureza comercial. Isso não impacta na avicultura comercial”, prosseguiu a diretora-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Luiza Castro.
O caso mineiro é diferente do foco detectado no Rio Grande do Sul, que engatilhou a atual crise sanitária no dia 15 de maio. No território gaúcho, a doença foi detectada em uma granja comercial. Já em Minas, as aves doentes eram de vida livre, e a infecção teria ocorrido a partir do contato com aves migratórias.
De acordo com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, são casos “naturais”. “Já tivemos, nestes 2 anos, 169 casos em animais silvestres. O Brasil faz parte da rota migratória do hemisfério Sul para o hemisfério Norte. À medida que os animais que fazem essa rota forem contaminados, casos em animais silvestres continuarão a surgir”, declarou, na terça, à Comissão de Agricultura do Senado.
'Blindagem' a granjas
O proprietário do sítio em Mateus Leme foi orientado a tomar novas medidas de prevenção contra a disseminação da doença, como instalação de barreiras contra aves migratórias e reforço dos equipamentos de proteção individual (EPIs) para os funcionários.
De acordo com o IMA, propriedades comerciais na região estão sendo fiscalizadas para cumprir e reforçar medidas sanitárias já determinadas por padrão. “Reforçamos a fiscalização para que todas estejam com telas de uma polegada intactas para evitar a entrada de animais domésticos, e os veículos são desinfetados para entrar nos galpões. Não são medidas adotadas a partir de agora. Trabalhamos com elas desde 2007”, exemplifica diretora-geral do instituto, Luiza Castro.
Em entrevista a O TEMPO, o prefeito de Mateus Leme, Renílton Coelho (Republicanos), afirmou que não há risco para granjas do município e que, do ponto de vista econômico, a cidade não vive impactos. "É uma atividade que não tem muita relevância econômica aqui", pontua. Na última semana, quando não havia casos confirmados em Minas, um estudo da Fundação João Pinheiro (FJP) já projetava que o Estado poderia perder quase R$ 1 bilhão em receitas com a queda das exportações de carne de frango.
Por ora, como o caso confirmado em Minas não atinge granjas, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento avalia que ele não apresenta novos impactos econômicos.
Fonte: O Tempo