CAÇA FANTASMA

Casa de vereador é alvo de buscas em investigação que apura desvios

Operação denominada “Caça Fantasma” mira outras sete pessoas investigadas pelos crimes de tráfico de influência, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro

Publicado em 07/07/2025 às 07:28Atualizado em 07/07/2025 às 20:45
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Agentes da Polícia Civil cumprem mandado na casa de um vereador de Uberaba na manhã desta segunda-feira (7) (Foto/Reprodução)

Operação da Polícia Civil na manhã de ontem cumpriu mandados de busca e apreensão em diferentes endereços em Uberaba, incluindo a residência do vereador Almir Silva, de 53 anos, no âmbito da operação denominada Caça Fantasma. Almir e outras sete pessoas estão sendo investigadas pelos crimes de tráfico de influência, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Ninguém foi preso.

Segundo informações da Polícia Civil repassadas ao Jornal da Manhã, 26 policiais civis estiveram envolvidos na operação e todos os endereços visitados são residenciais. O inquérito policial apura supostas práticas criminosas contra a Administração Pública e o sistema econômico-financeiro.

As apurações iniciais apontam que empresário, de 48 anos, que está preso por possível envolvimento em outro crime, teria contribuído financeiramente para a candidatura do vereador Almir Silva, em Uberaba. Após a vitória, assessores parlamentares estariam recebendo remuneração sem exercer as funções, na condição de fantasmas. Ainda de acordo com as investigações, esses assessores repassavam os valores recebidos ao empresário investigado, que “utilizava de interpostas pessoas para receber os valores provenientes da Câmara Municipal”. 

Segundo a estimativa da Polícia Civil, os servidores fantasmas podem ter se apropriado ou desviado cerca de R$388 mil dos cofres públicos.

As investigações ainda apontam “a suposta prática de corrupção envolvendo servidor público do Executivo Municipal, visando reduzir eventuais multas do setor de construção civil, em benefício do empresário investigado”. 

Diante dos fatos, as autoridades policiais representaram pela expedição de mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e valores e indisponibilidade dos bens dos investigados na quantia de até R$388 mil, bem como afastamento dos cargos públicos dos investigados. Contudo, o afastamento não foi concedido pela Justiça de Uberaba. 

Além do vereador e do empresário, são identificados como alvos da operação Caça Fantasma uma enfermeira de 39 anos, um aposentado de 71 anos, uma servidora pública de 47 anos, um servidor público de 62 anos, um arquiteto de 53 anos e um estudante de 21 anos.

Foram apreendidos documentação financeira, contábil, fiscal, empresarial e dispositivos móveis. O material irá passar por análise, subsidiando assim os trabalhos investigativos. O inquérito policial ainda não foi concluído. 

Diante do envolvimento de servidores e entes políticos, a reportagem do Jornal da Manhã acionou as assessorias de comunicação da Prefeitura de Uberaba e da Câmara Municipal.

“A Prefeitura de Uberaba informa que ainda não foi oficialmente comunicada pela Polícia Civil de Minas Gerais sobre a investigação em curso e que se manifestará após conhecimento formal do caso. Além disso, adianta que tomará todas as medidas necessárias assim que for oficiada.”

“A Câmara Municipal de Uberaba foi surpreendida com as informações veiculadas pela imprensa dando conta de que o vereador Almir Silva (Republicanos) é alvo de investigação em operação da Polícia Civil de Minas Gerais ocorrida na manhã dessa segunda-feira (7). O Legislativo, neste momento, aguarda mais informações por parte das autoridades empenhadas nas apurações para se posicionar de forma mais precisa. Quanto à existência de assessores parlamentares no âmbito da operação, a Câmara Municipal esclarece que a nomeação e exoneração para exercer funções nos gabinetes dos vereadores é de inteira responsabilidade de cada parlamentar. O Legislativo se coloca à disposição para cooperar nas apurações, caso necessário”, diz a nota enviada à imprensa pela CMU.

Questionada pela reportagem, a presidente da Comissão de Ética da Câmara Municipal de Uberaba, vereadora Denise Max, ponderou que procederá à análise técnica junto à Procuradoria sobre o caso. “Todas as informações que chegaram até o meu conhecimento ocorreram de modo informal, motivo pelo qual, na condição de presidente da Comissão de Ética, procurarei me inteirar formalmente de tudo o que está sendo noticiado para que, junto à Procuradoria da Câmara, possamos analisar técnica e juridicamente as providências a serem tomadas. Sendo assim, apenas após as análises devidas, me manifestarei sobre as informações apresentadas, tendo em vista a complexidade do caso e, sobretudo, a minha responsabilidade como presidente da Comissão de Ética da Câmara Municipal”, disse a vereadora, em nota.

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