ARTICULISTAS

O sistema fluvial de Uberaba e região

Guido Bilharinho
Publicado em 10/02/2024 às 17:56
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Nunca é demais dizer, repetir e proclamar o quanto a atividade publicística do historiador Hildebrando Pontes é extraordinária, relevante e inestimável. Objetivando estudar, saber e dar a conhecer não só a História, mas tudo que se refere a Uberaba e região, Hildebrando dedicou a vida toda, incansavelmente, à tarefa que se impôs, tendo apenas a guiá-la o instrumental intelectual que o precedeu, no caso, os estudos pioneiros do também notável Antônio Borges Sampaio, seu mestre e inspirador (e de todos nós), e o pioneiríssimo ensaio de Vigário Silva, História Topográfica da Freguesia do Uberaba - Vulgo Farinha Podre.

Além do monumental levantamento histórico do município (História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central) e de outros substanciosos trabalhos em diversas áreas do saber, a exemplo das histórias da imprensa, do futebol e o ensaio sobre o dialeto capiau, Hildebrando abalançou-se, engenheiro agrônomo que era, a efetuar minucioso arrolamento de praticamente todo o sistema fluvial, lacustre e de ilhas do município de Uberaba na década de 1920, que compreendia, na ocasião, além da sede e distritos, os atuais municípios de Água Comprida, Campo Florido, Conceição das Alagoas, Delta e Veríssimo, emancipados posteriormente.

Fez isso meticulosamente, curso d’água por curso d’água, alinhando-os alfabeticamente e informando sobre cada um deles as principais características, com ênfase em suas afluências, confluências e extensão. Só faltaram, para o que talvez não existisse ou não possuísse o instrumental necessário, medir e informar o volume de água e a largura de cada um deles, dados, aliás, modificáveis no decorrer dos anos.

Ademais disso, aduziu informações sobre particularidades, quando ocorrentes, de inúmeros deles, como pântanos, cachoeiras, etc., focalizando desde os cursos d’água de apenas 1 (um) km até os de 165km (rio Uberaba), 300km (rio Tijuco), 400 (rio das Velhas) e os portentosos 1.550km do rio Grande.

Quase certamente nenhum município brasileiro e possivelmente raros outros no mundo possuem inventariação semelhante, ainda mais efetivada por uma só pessoa.

Por isso, tal acervo, dado à publicidade em 1970 (após uns 45 anos ou mais de elaborado), deve merecer atenção, reconhecimento, análise, estudos e referências, especialmente de geógrafos, alunos e professores dessa área de conhecimento científico, bem como dos meios de comunicação e do professorado em geral.

Só assim, com interesse e empenho, o Brasil, país mais bem aquinhoado pela natureza, poderá atingir o desenvolvimento e se colocar em melhores lugares nas classificações estatísticas educacionais e outras.

Trabalho desse porte, importância e significado impõe (e justifica) sua divulgação no blog Bibliografia Sobre Uberaba, onde está e estará permanentemente acessível e à disposição de todos, tanto como capítulo da História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central quanto em edição distinta.

 Guido Bilharinho

Advogado em Uberaba e editor das revistas culturais eletrônicas Primax (Arte e Cultura), Nexos (Estudos Regionais) e Silfo (Autores Uberabenses)

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