Astros estarão visíveis em praticamente todos os continentes
Alinhamento dos planetas acontece no dia 28 de fevereiro (Foto: PxHere/Reprodução)
Diversos fenômenos espaciais despertam a curiosidade humana, como eclipses, tempestades solares e auroras polares. Na próxima sexta-feira (28), um evento específico vai atrair os amantes da astronomia: o alinhamento planetário. Embora esse fenômeno não seja raro, o que torna este especial é o fato de sete planetas do Sistema Solar estarem visíveis ao mesmo tempo. Embora a visibilidade seja breve e desafiadora em alguns casos, todos os planetas estarão iluminados pelo Sol e poderão ser vistos em praticamente todos os continentes.
A Lua nova proporciona uma excelente oportunidade para observar objetos mais distantes, como Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, que podem ser observados a olho nu. Segundo Marcelo Zurita, astrônomo e presidente da Associação Paraibana de Astronomia, "A proximidade de Saturno com o horizonte, ainda no crepúsculo, vai dificultar a visualização. A Lua crescente ajudará a encontrá-lo à sua esquerda, mas mesmo com binóculos, será difícil vê-lo." Já Marte, Júpiter e Vênus estarão mais altos no céu e terão visibilidade facilitada.
Urano e Netuno, por outro lado, só serão visíveis com o uso de binóculos ou telescópio. Para acompanhar o alinhamento de forma mais precisa, astrônomos recomendam o uso de aplicativos gratuitos, como Stellarium e Star Walk 2, que mostram o céu em tempo real. Além disso, é essencial escolher um local com horizonte livre de obstruções e sem nuvens.
Embora o termo "alinhamento" seja popular, ele não é totalmente preciso. De acordo com Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional, "Quando falamos de alinhamento planetário, a ideia que vem à mente é que todos os planetas estão enfileirados em linha reta no espaço, mas não é isso o que acontece de fato. O que vemos da Terra é um 'desfile' de planetas que formam um arco no céu." Ela ainda explica que isso ocorre porque os planetas orbitam o Sol no mesmo plano, chamado plano da eclíptica.
Esse espetáculo é fruto do movimento de translação dos planetas, ou seja, o tempo que cada um leva para dar a volta ao redor do Sol. Enquanto Mercúrio leva 88 dias, a Terra 365 dias, Júpiter 11,8 anos e Netuno, o planeta mais distante, 165 anos. Como resultado, os planetas alternam suas posições ao longo do tempo e acabam se alinhando, como acontece agora.
Eventos semelhantes ocorrerão em agosto de 2025 e 2026, mas um alinhamento com todos os sete planetas, como o desta sexta-feira, só se repetirá em 2161.
*Com informações do jornal O Tempo