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Familiares denunciam injúria racial contra garoto de 12 anos em escola estadual de Uberaba

A acusação se dá contra colega de garoto de 12 anos, aluno da Escola Estadual Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, conforme registro policial feito pela família da suposta vítima

Luiz Gustavo Rezende
Publicado em 12/05/2025 às 19:46Atualizado em 12/05/2025 às 20:57
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 (Foto/Divulgação)

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Familiares de aluno de 12 anos da Escola Estadual Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco procuraram a polícia para registrarem caso de injúria racial. De acordo com eles, as situações são recorrentes.

A advogada que assiste o garoto e sua família falou sobre o caso à reportagem do Jornal da Manhã nessa segunda-feira (12). Ivanda Nivaldete revelou que a vítima relatava casos anteriores e, na última situação, o outro garoto teria pego o caderno da vítima, efetuado diversos rabiscos e escrito as palavras macaco e negro.

Após o caso ser relatado pela vítima, os familiares acionaram a Polícia Militar para registrarem Boletim de Ocorrência, e a família do outro envolvido foi até a unidade escolar e o levou embora. Conforme a advogada, no dia seguinte, o garoto acusado da injúria apenas pediu desculpas.

Ivanda lembra que essas questões são desafiadoras, mas revelou que os pais da vítima devem acionar juridicamente a família da criança acusada e também o Estado. “Estamos nos organizando nesse sentido, para que o Estado cumpra a Lei 10.639/2003”.

A lei visa combater o racismo na educação e promover a valorização da cultura negra. Aprovada em 2003, a legislação obriga também o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e africana no Ensino Fundamental e Médio em todo o país.

Ao JM, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informou que as providências foram prontamente adotadas pela direção da unidade escolar, sendo os envolvidos devidamente ouvidos. Além disso, pontuou que o Conselho Tutelar será acionado esta semana e que a “Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Uberaba vem realizando palestras e oficinas educativas na unidade, com foco no combate ao bullying e ao racismo, promovendo a conscientização da comunidade escolar e o fortalecimento de relações interpessoais baseadas no respeito às diferenças”.

A nota enviada à reportagem do JM ainda evidencia ações adotadas em âmbito estadual no combate ao crime de racismo, em prol do respeito, da inclusão e do diálogo. “Por fim, a Secretaria reitera que repudia qualquer forma de discriminação racial, étnico-racial, preconceito ou racismo, reafirmando que a escola é, e deve ser, um espaço de paz, de respeito e de aprendizado para todos”, finaliza a nota.

Confira a nota enviada pela Secretaria Estadual de Educação (SEE/MG) ao JM:

“Em relação ao ocorrido na Escola Estadual Castelo Branco, em Uberaba, na última quinta-feira (7/5), todas as providências necessárias foram prontamente adotadas pela direção da unidade de ensino.

Os pais dos estudantes envolvidos foram convocados para uma reunião com a direção da escola e com a equipe do Núcleo de Acolhimento Educacional (NAE), ocasião em que os envolvidos foram devidamente ouvidos. A situação foi formalmente registrada em ata escolar. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) foi acionada e registrou um Boletim de Ocorrência, e o Conselho Tutelar do município será chamado nesta semana para prestar o suporte necessário.

Importante destacar que os profissionais do NAE da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Uberaba, responsável pela coordenação da escola, já vêm realizando palestras e oficinas educativas na unidade com foco no combate ao bullying e ao racismo, promovendo a conscientização da comunidade escolar e o fortalecimento de relações interpessoais baseadas no respeito às diferenças.

A SEE/MG reforça que atua de forma contínua, por meio do Programa Convivência Democrática, em ações voltadas à promoção da paz nas escolas, com foco no combate ao racismo, ao bullying e a quaisquer formas de violência.

Além disso, desde 2024, a rede estadual conta com o Projeto Socioemocional, que tem contribuído significativamente para a melhoria do convívio entre os estudantes, incentivando o diálogo, a empatia, o respeito, à inclusão e a amizade.

Por fim, a Secretaria reitera que repudia qualquer forma de discriminação racial, étnico-racial, preconceito ou racismo, reafirmando que a escola é, e deve ser, um espaço de paz, de respeito e de aprendizado para todos”.

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