ESTUDO

Com quase metade dos deslocamentos individuais, Uberaba tem grande desafio na mobilidade urbana

Dandara Aveiro
Publicado em 01/07/2025 às 08:41
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O Plano de Mobilidade Urbana propõe um conjunto de ações para reduzir a dependência dos veículos particulares, buscando ampliar o uso do transporte coletivo, bicicletas e caminhadas (Foto/Reprodução)

O Plano de Mobilidade Urbana propõe um conjunto de ações para reduzir a dependência dos veículos particulares, buscando ampliar o uso do transporte coletivo, bicicletas e caminhadas (Foto/Reprodução)

Um estudo conduzido pelo Consórcio PlanMob, responsável pela elaboração do Plano de Mobilidade Urbana de Uberaba, revelou dados importantes sobre os hábitos de deslocamento da população da cidade. Segundo Ricardo Mendanha, representante do consórcio, cerca de metade dos deslocamentos diários são feitos por meios individuais, o que demonstra um perfil diferenciado e acentua ainda mais os desafios para o futuro da mobilidade local. 

Em entrevista à Rádio JM, Mendanha explicou que quase 50% dos deslocamentos em Uberaba são feitos por transporte individual, um dado que, para ele, é preocupante. O transporte coletivo responde por apenas 22% das viagens, sendo 16% por ônibus e 6% por aplicativos. Já os pedestres representam 23% e os ciclistas, cerca de 4%, percentual superior à média nacional. 

Diante desse cenário, o Plano de Mobilidade Urbana propõe um conjunto de ações para reduzir a dependência dos veículos particulares, buscando ampliar o uso do transporte coletivo, bicicletas e caminhadas. “A proposta é diminuir a participação dos carros e motos nos deslocamentos de 50% para 46%, revertendo a tendência de crescimento”, destacou o especialista em trânsito.
 
Entre as medidas sugeridas estão a revisão da rede de linhas de ônibus, melhorias nos terminais, instalação de bicicletários e a garantia de tarifa acessível, já que o atual contrato de concessão do serviço público termina em 2028. O plano prevê ainda a criação de uma rede pública de calçadas prioritárias, com cerca de 28 km, além da elaboração de um manual para orientar a padronização das calçadas particulares. 

Ricardo Mendanha enfatizou que “para incentivar o uso do transporte coletivo, o sistema precisa ser eficiente, ter qualidade, horários definidos e ser acessível. As pessoas precisam ter confiança para deixar o carro em casa”. 

O plano também prevê medidas para aumentar a segurança dos pedestres e ciclistas, como a implantação da “Zona 30”, áreas com limite máximo de velocidade de 30 km/h em vias residenciais e próximas a escolas, além do uso de tecnologias de fiscalização, como radares e lombadas eletrônicas. 

Segundo Mendanha, o plano está em sua etapa final e o próximo passo será a transformação do conteúdo técnico em projeto de lei para votação na Câmara Municipal ainda neste segundo semestre. “O plano vai além de resolver problemas pontuais, como a retirada de semáforos. Trata-se de pensar no futuro da cidade para os próximos 10 anos”, finalizou. 

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