Dados recentes do Painel da Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde indicam que este ano, até agora, a incidência de casos está em 122,84 para cada 100 mil habitantes e letalidade de 4,34%, menor que a de 2024, que fechou em 9,14%
Este ano, casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave já levaram à internação 415 pessoas, sendo 139 delas idosos, com 18 óbitos (Foto/Reprodução)
Com a chegada do inverno e a queda nas temperaturas em Uberaba, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) voltam a preocupar as autoridades de saúde. Dados mais recentes do Painel de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde, atualizados nesta segunda-feira (30), mostram que, somente em 2025, já foram registradas 415 hospitalizações por SRAG no município, com uma incidência de 122,84 casos a cada 100 mil habitantes. O número de óbitos de pacientes hospitalizados pela síndrome chegou a 18, refletindo uma letalidade de 4,34%.
O cenário, apesar de menos grave que em 2024 — quando Uberaba teve 536 hospitalizações e 49 mortes —, exige atenção. Em comparação, a letalidade em 2024 foi mais que o dobro, atingindo 9,14%. Já em 2023, o município havia registrado 323 internações e 54 mortes, com uma letalidade alarmante de 16,72%. Os dados apontam para uma variação nos números ao longo dos anos, mas evidenciam que os meses mais frios seguem sendo um período crítico para o avanço de doenças respiratórias graves.
Entre os grupos mais afetados, destacam-se os idosos e as crianças. Em 2025, pessoas entre 60 e 90 anos somaram 139 hospitalizações, com destaque para casos causados por influenza (14), covid-19 (14) e vírus respiratórios não especificados (57). Já entre as crianças de 0 a 9 anos, foram 178 hospitalizações, sendo 6 por influenza e 2 por covid-19. A faixa etária infantil também concentrou 4 dos 18 óbitos registrados até agora. Entre os idosos, foram 10 mortes.
Em nível estadual, Minas Gerais já acumula 23.271 hospitalizações por SRAG em 2025, com 1.202 óbitos — o que representa uma letalidade de 5,17% e uma incidência de 113,30 por 100 mil habitantes. Uberaba, portanto, apresenta índice de incidência acima da média do estado, embora com letalidade um pouco inferior. Casos graves de influenza, especificamente, resultaram em 7 mortes na cidade este ano, com taxa de letalidade de 26,92%.
O diretor de Vigilância em Saúde de Uberaba, Matheus Assumpção, reforçou que o aumento dos casos nesse período do ano é esperado, mas está sendo monitorado de forma contínua pela Secretaria de Saúde. “A gente começa a ter um aumento do número de casos de síndrome respiratória. Isso acontece normalmente entre final de maio e agosto, muito por conta do inverno. Até o momento, a procura por atendimento está dentro do esperado”, afirmou.
Matheus Assumpção também não descarta a abertura de um centro especializado voltado às doenças respiratórias. Contudo, essa decisão depende do comportamento da curva de casos nas próximas semanas. Vale mencionar que a Prefeitura de Uberaba decretou situação de emergência em Saúde por síndromes respiratórias no final de maio.