Secretário municipal de Fazenda, Roberto Tosto Dias, esteve ontem na Câmara Municipal para prestação de contas do primeiro quadrimestre (Foto/Reprodução)
A Secretaria Municipal de Fazenda apresentou, em audiência pública na Câmara Municipal de Uberaba (CMU), o balanço financeiro do primeiro quadrimestre de 2025. De acordo com os dados, entre janeiro e abril, a arrecadação do município somou R$859.594.113,29, enquanto as despesas totalizaram R$703.081.050,61, gerando um superávit de R$156,5 milhões no período.
A equipe técnica da pasta também detalhou as projeções para o ano. A receita estimada no orçamento de 2025 é de R$2.629.025.544,25, diante de uma despesa prevista de R$2.688.514.863,91, o que aponta para possível déficit de cerca de R$60 milhões. No entanto, os técnicos ressaltaram que o orçamento ainda está em execução e que, com ajustes ao longo do ano, será possível equilibrar as contas e encerrar o exercício financeiro sem déficit.
Entre os principais setores que consumiram recursos públicos no quadrimestre estão Saúde, com R$195 milhões (20,7%); Educação, R$193,3 milhões (27,92%); Administração, R$106,14 milhões; Saneamento, R$96,7 milhões; Previdência Social, R$45,33 milhões; Urbanismo, R$13,66 milhões, e outras funções: R$51,69 milhões.
No caso do Ipserv (Instituto de Previdência dos Servidores Municipais), o relatório apontou receita de R$246.964.741,35 e despesas de R$147.482.736,32 no período, resultando em superávit de R$99.482.005,03. Desse montante, R$20.124.795,92 correspondem a aporte do município. O Ipserv possui ainda R$1.004.233.897,21 aplicados em investimentos.
Apesar do desempenho positivo, o relatório revelou que a receita geral ficou R$73,15 milhões abaixo do esperado no quadrimestre. Segundo o secretário municipal de Fazenda, Roberto Tosto, essa diferença se refere às chamadas receitas vinculadas, como os repasses estaduais e federais para saúde e educação. Já nas receitas próprias do município, houve superávit.
Para enfrentar a queda na arrecadação, a Secretaria de Fazenda informou que tem intensificado o acompanhamento da inadimplência, a cobrança da dívida ativa e a fiscalização, além de buscar ampliar a arrecadação do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza).
Sobre os gastos com pessoal, o relatório mostra que, nos últimos 12 meses (de maio de 2024 a abril de 2025), a despesa somou R$886,8 milhões — equivalente a 45,7% da receita corrente líquida, abaixo do limite legal de 54%.
Já o valor da dívida consolidada do município representa 22% da receita corrente líquida, totalizando R$435.817.916,03. O teto legal para esse tipo de despesa é de R$2.376.504.995,50.