A violência é a imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)
A violência é a imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Violentar é agredir.
Violentar é cometer agressão física ou psicológica contra alguém.
Violentar é empregar contra o outro a força física ou a intimidação moral.
Carros blindados, muros altos, armas, grades... não protegem o cidadão da violência urbana, conseguem sim gerar em alguns a falsa impressão de segurança.
A violência está em vários lugares e se manifesta de várias formas. Frequentemente, a violência está em si mesmo.
Quem está livre de manifestações agressivas?
A verdade é que ninguém está isento de manifestações violentas.
A violência nem sempre é causada por pessoas violentas, armadas ou possuidoras de um perfil agressivo. Os impulsos podem, em um momento de tensão, provocar danos irreparáveis – por ser violentos – nas vidas do agressor e do agredido.
O impulso agressivo é inerente ao homem e necessário para a autoconservação e conservação da espécie humana, segundo Sigmund Freud.
Neste contexto, a violência é apenas a manifestação deste impulso, e qualquer ser humano, mediante uma ameaça, pode tornar-se violento.
Atualmente, a violência tem lugar de destaque junto aos grandes problemas da humanidade, como as catástrofes, o desemprego, a fome, a poluição, o trânsito, a pobreza, a doença, entre outros.
Entretanto, a violência não é privilégio da modernidade e das grandes cidades.
A violência está presente na vida do ser humano desde que este começou a sua existência. A caça – ato violento – essencial à sobrevivência da espécie, foi praticada há milhares de anos pelo homem e ainda há quem dela sobrevive nos dias de hoje.
Caim e Abel? Não é o único exemplo de inveja e violência citado na Bíblia. Pessoas da mesma família violentando uns aos outros é um fato que acontece cada vez com mais frequência.
O agredido devolve a agressão?
Onde está a confiança?
Em quem confiar?
Qual a relação entre confiança e violência?
Pesquisas realizadas mostram que a confiança entre os indivíduos varia de um país para outro. Foi revelado também que os brasileiros são os que menos confiam em desconhecidos, comparados a pessoas de outras nacionalidades. Constatou-se que a confiança está entre um dos fatores indicativos da riqueza de um país. Nações com baixo nível de confiança tendem à pobreza. Povos com menores níveis são pobres porque as pessoas se dedicam a um número muito pequeno de investimentos a longo prazo. Por consequência, acontecem menos possibilidades de emprego e salários mais baixos.
A possibilidade de uma resposta agressiva a um voto de desconfiança pode nos levar a confiar mais nos outros.
A noção de que uma demonstração de desconfiança leva à agressão pode gerar uma demonstração mais confiante que em outras condições, só para evitar a ameaça.
Os mais desconfiáveis possuem traços de personalidade como indiferença ao sofrimento alheio e certo prazer na dor do outro. Impressões diferentes ocorrem quando é gerado o sentimento de confiança e surge a reciprocidade da outra parte.
Confiança... harmonia... desconfiança... violência...
O isolamento social, o estresse, as incertezas e dúvidas trabalham contra o desenvolvimento da disposição de confiar.
(*) psicóloga clínica