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Violência? Violência não? - 2

A violência é a imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)

Sandra de Souza Batista Abud
Publicado em 13/05/2010 às 20:01Atualizado em 20/12/2022 às 06:32
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A violência é a imposição de um grau significativo de dor e sofrimento evitáveis, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Violentar é agredir.

Violentar é cometer agressão física ou psicológica contra alguém.

Violentar é empregar contra o outro a força física ou a intimidação moral.

Carros blindados, muros altos, armas, grades... não protegem o cidadão da violência urbana, conseguem sim gerar em alguns a falsa impressão de segurança.

A violência está em vários lugares e se manifesta de várias formas. Frequentemente, a violência está em si mesmo.

Quem está livre de manifestações agressivas?

A verdade é que ninguém está isento de manifestações violentas.

A violência nem sempre é causada por pessoas violentas, armadas ou possuidoras de um perfil agressivo. Os impulsos podem, em um momento de tensão, provocar danos irreparáveis – por ser violentos – nas vidas do agressor e do agredido.

O impulso agressivo é inerente ao homem e necessário para a autoconservação e conservação da espécie humana, segundo Sigmund Freud.

Neste contexto, a violência é apenas a manifestação deste impulso, e qualquer ser humano, mediante uma ameaça, pode tornar-se violento.

Atualmente, a violência tem lugar de destaque junto aos grandes problemas da humanidade, como as catástrofes, o desemprego, a fome, a poluição, o trânsito, a pobreza, a doença, entre outros.

Entretanto, a violência não é privilégio da modernidade e das grandes cidades.

A violência está presente na vida do ser humano desde que este começou a sua existência. A caça – ato violento – essencial à sobrevivência da espécie, foi praticada há milhares de anos pelo homem e ainda há quem dela sobrevive nos dias de hoje.

Caim e Abel? Não é o único exemplo de inveja e violência citado na Bíblia. Pessoas da mesma família violentando uns aos outros é um fato que acontece cada vez com mais frequência.

O agredido devolve a agressão?

Onde está a confiança? 

Em quem confiar?

Qual a relação entre confiança e violência?

Pesquisas realizadas mostram que a confiança entre os indivíduos varia de um país para outro. Foi revelado também que os brasileiros são os que menos confiam em desconhecidos, comparados a pessoas de outras nacionalidades. Constatou-se que a confiança está entre um dos fatores indicativos da riqueza de um país. Nações com baixo nível de confiança tendem à pobreza. Povos com menores níveis são pobres porque as pessoas se dedicam a um número muito pequeno de investimentos a longo prazo. Por consequência, acontecem menos possibilidades de emprego e salários mais baixos.

A possibilidade de uma resposta agressiva a um voto de desconfiança pode nos levar a confiar mais nos outros.

A noção de que uma demonstração de desconfiança leva à agressão pode gerar uma demonstração mais confiante que em outras condições, só para evitar a ameaça.

Os mais desconfiáveis possuem traços de personalidade como indiferença ao sofrimento alheio e certo prazer na dor do outro. Impressões diferentes ocorrem quando é gerado o sentimento de confiança e surge a reciprocidade da outra parte.

Confiança... harmonia... desconfiança... violência...

O isolamento social, o estresse, as incertezas e dúvidas trabalham contra o desenvolvimento da disposição de confiar.

(*) psicóloga clínica

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