O que seria um organismo ideal, sem nenhum desconforto físico, emocional ou mental?
O que seria um organismo ideal, sem nenhum desconforto físico, emocional ou mental?
Saúde seria uma sensação difusa de bem – estar?
Podemos dizer que saúde é um ambiente interno de estabilidade, mantido em face de alterações externas às quais aprendemos a nos adaptar no curso da evolução. O processo de adaptação nem sempre é confortável. Esse desconforto, que não é sinônimo de doença, é chamado de “sofrimento”.
As razões pelas quais nosso mecanismo de adaptação falha podem ser inerentes à sua estrutura, ou devidas a um desafio exagerado, que nos chega por meio deste ou daquele estímulo. Esses tipos de deficiências são responsáveis pelos inúmeros tipos de moléstias congênitas e agudas.
Uma das maiores barreira à saúde não é tanto a doença em si, mas a reação emocional a ela.
E a prevenção?
Patologia é o nome que se dá ao estudo de alterações dos tecidos, resultantes de algumas formas inadequadas da adaptação.
Se a patologia é a expressão final de uma provocação, talvez devêssemos dedicar mais tempo à análise dos fatores que a provocam, em vez de nos prendermos ao exame da moléstia em si.
Uma das principais razões pelas quais tão escassa atenção tem sido oferecida à prevenção é porque esta não é nem facilmente mensurável, nem facilmente prognosticável.
Quando nos referimos ao termo “doença”, geralmente pensamos num padrão recorrente de alterações que se manifestam em determinados indivíduos, na maioria de idade e sexo similares, e que se mostram como sintomas subjetivos ou como alterações orgânicas objetivas. Na maior parte dos casos, os sintomas aparecem primeiro sob a forma de dores, fraqueza, prurido, desorientação, desmaios etc., e só muito mais tarde, se é que isso acontece, apresentam-se alterações detectáveis no organismo.
Cada dor, cada doença, cada sintoma tem um componente psicológico. Esse componente é a parte simbólica, a maneira como nossa imaginação percebe a doença e o sintoma.
Geralmente, é difícil entender o conteúdo simbólico. Entretanto, ele está sempre presente. Se nos permitirmos penetrar o sintoma suavemente, perceberemos o simbólico.
O sofrimento físico concentra sua atenção.
Interessante é percebemos as imagens psíquicas que surgem com o sintoma. Os sintomas provocam a abertura e apontam a necessidade de mudanças.
Então surge a pergunta: como mudar se o indivíduo está tão destruído pela dor que não consegue refletir?
(*) psicóloga clínica