Sábado recheado

O título deste texto não poderia ser outro diante da intensidade com que vivi alguns fatos no último sábado, dia 27/02/10. O sol brilhava naquela manhã e, às 8h00 a Escola Estadual Professor Chaves vivenciando os 190 anos de Uberaba, recebeu o professor Carlos Godoy e a mim para falarmos a professores e alunos. Em recinto carinhosamente decorado a caráter, pude ver-me há cinco décadas em cada estudante ali presente.

Iniciei minha fala fixando-me num grande mural postado à frente com quase cem fotografias cujos motivos eram os 190 anos de Uberaba. Observei aquele rico painel e concluí que quase todas as fotos tinham algo a ver comigo ou eu com elas. Pediram-me para comentá-las no telão e o fiz com muita honra, sem me esquecer que os uberabenses de boa memória precisam ter gravados os seus relatos e esses serem repassados aos jovens. O restante do dia foi pouco para que eu pudesse “digerir” a emoção que experimentei.

 Atendendo o convite do amigo Gilberto Rezende fechei aquele sábado na Casa do Folclore, onde assistimos a uma reunião preparatória do Festival Nacional de Catira que deverá ocorrer aqui, no dia 24/04/10. O tablado e o chão tremiam com o sapateado de catireiros e a nota especial ficou para o garotinho Antônio de Oliveira Severino Neto, 3 anos. Ele demonstrou que do seu lado a peteca, aliás, a catira, não vai cair. Ouvi do mestre Paulo Cury a enfática observaçã “Tenho a esperança de que essa juventude sadia leve em frente a nossa catira.” E o pequeno Toninho, igualmente aos adultos, coordenava as palmas com o bate-pé de suas botinhas. O público delirou e Romeu Borges idem.

História de Uberaba pela manhã, atividade intensa à tarde e catira ao anoitecer fizeram o meu sábado recheado. Que uberabense não sentiria o mesmo, se todo esse relato tem a ver com a nossa cultura? Aguardemos o festival!

(*) presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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