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Que tal dizer não?

Você é capaz de dizer não? Você consegue defender sua opinião sem temer as consequências?

Sandra de Souza Batista Abud
Publicado em 14/07/2011 às 19:23Atualizado em 19/12/2022 às 23:23
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Você é capaz de dizer não?

Você consegue defender  sua opinião sem temer as consequências? Você enfrenta o outro? Como anda a sua passividade? Ou, de outra forma, você tolera situações desagradáveis, silenciosamente?

Conveniência? Incapacidade?

O indivíduo que tem dificuldade para dizer não, se cala em situações polêmicas para evitar conflitos.

A pessoa que não consegue dizer não ignora os próprios desejos para não provocar mágoas.

A passividade faz com que o indivíduo não expresse seu sentimento, por  medo da reação negativa do interlocutor.

Esse tipo de comportamento é consequência da cultura e de crenças que estão no modelo mental  e que guiam as atitudes para a passividade, em situações ameaçadoras.O risco de perder algo importante e significativo, nestes indivíduos, também leva à passividade em lugar da assertividade.

Impotência é a sensação que surge por não conseguir se expressar com realidade e sinceridade.

Frustração é o sentimento que acompanha a impotência experimentada por achar que sempre tem alguém determinando o que deve ser feito.

Raiva? Culpa?

O que acomete o indivíduo após cada momento destes é a culpa e a raiva de se sentir incompreendido e manipulado. Culpa e raiva por pensar e sentir que deveria ter tido outro tipo de reação e comportamento. Culpa e raiva por ter tido vontade de dizer palavras, frases, textos que não foram ditos.

Consequências?

A autoestima e a confiança em si mesmo sofrem quedas enormes, entram em baixo nível, da mesma forma que se perde o respeito dos outros e a consideração daqueles com quem se lidou.

Cuidado! Se você é uma daquelas pessoas que se preocupa em agradar sempre para ser aceito, se você usa uma linguagem extremamente cuidadosa para não ofender e ser querido, você está no caminho da passividade. Você consegue agradar a uns, mas está  sendo violento consigo mesmo, porque cede seus direitos em prol do outro.

As atitudes passivas são, verdadeiramente, alimentadas por uma expectativa de reciprocidade, o indivíduo se posiciona passivamente, sendo agradável e condescendente, na esperança de que o outro faça o mesmo.

Quando isso não acontece... Por que permitimos que nos agridam, sem nos posicionar, sem reagir?

Não reagimos por temor da reprovação. Não reagimos por receio da crítica. Não reagimos por medo.

A fantasia aqui existente é a de que o “não” provoca a perda do amor do outro, a perda da aceitação de alguém querido.

Como o indivíduo passivo se comporta, então? Como bloqueador, como um sujeito amável e concordante, como vítima.

(*) Psicóloga clínica

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