Nesta semana, assisti “en passant” a um diálogo de senhoras, na televisão, que vale a pena ser trazido aqui para alavancar a reflexão
Nesta semana, assisti “en passant” a um diálogo de senhoras, na televisão, que vale a pena ser trazido aqui para alavancar a reflexão de varões e viragos. O programa é rodado todas as manhãs na maior rede de televisão do País, das 8h às 9h30. A apresentadora e eu somos malungos, porque nascemos no mesmo 1º de abril de 1949.
Uma conhecida artista do mundo novelesco, no meio da conversa, solta em alto e bom som que o seu marido tem o costume de se levantar três vezes à noite para urinar. Todas caíram na risada como se o mi... fosse assim para fazer tipo, ou porque bebe muito líquido antes de dormir. Coincidentemente, eu me preparava para ir ao urologista. Antes de desligar a televisão, mirei a artista como se ela pudesse me ouvir e lhe dediquei estas palavras: seu marido, pelo que conheço do assunto, pode ter alguma deficiência do trato urinário. Será a próstata?
Não pude acompanhar o bate-papo das estrelas, mas, se alguém pegou um gancho naquela informação, por certo que o madrugador forçado será advertido enquanto é tempo. Perdemos dia desses Johnny Half, 80 anos, um dos criadores da Bossa Nova, acometido pelo câncer de próstata. Igualmente a ele, vamos perder tantos outros. Nós, homens, convivemos com uma bomba de dinamite da qual nos esquecemos ou nos recusamos em pensar que ela existe. É a próstata.
Não há Papai Noel nessa história. De cada seis homens, um terá câncer de próstata, e o jovem marido da artista é candidato, sem que ela saiba. Se no mundo das “celebridades” existem os que gargalham da repetida micção urinária noturna, o que dizer então dos desinformados?
Homem; previna-se. O câncer de próstata não dói para avisar que chegou e, às vezes, causa até gargalhadas.
(*) presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro