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Procura

O que procuro fora de mim? Vejo o ambiente à minha volta e assusto-me. O que deveria ser acolhedor ao ser humano agora se volta contra ele: enchentes, desmoronamentos, catástrofes.

Terezinha Hueb de Menezes
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 14:38
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O que procuro fora de mim?   Vejo o ambiente à minha volta e assusto-me. O que deveria ser acolhedor ao ser humano agora se volta contra ele: enchentes, desmoronamentos, catástrofes, tudo provocado pela poluição, pelo desmatamento, pela agressão à camada de ozônio, pelo aquecimento global, com consequente derretimento das calotas polares, o que gera novos problemas. Aonde iremos?   O paraíso destinado ao homem e à mulher transforma-se, em alguns lugares, em seu grande inimigo. E os culpados? Todos nós que nos descuidamos de nossa Casa, sem nos importar com o futuro de nossos filhos, netos e gerações vindouras. O que procuro fora de mim?   Vejo, cada vez mais, ser verdadeira a assertiva de Hobbes: “O homem é lobo do homem.” Observo, entristecida, o desrespeito aos mais carentes, extraído, de suas bocas, de suas vidas o que, escancaradamente, se rouba por meios (i) legais, destinando-se a uma pequena parcela de cidadãos a maior fatia de ganho, quando aos pobres ficam as sobras: “Também os cães têm direito às migalhas que caem da mesa do dono.” (Mateus 15,27) Mas nem isso tem acontecido. Engole-se o principal e também as sobras, o que condena o ser humano à condição inferior à do animal.   O que procuro dentro de mim?   Procuro a força que não tenho. Procuro as soluções que não encontro.   Procuro a esperança que tantas vezes se desfaz diante da insensatez e do descaso de tantos semelhantes em relação aos seus irmãos.   “A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito será pedido.” (Lucas 12, 48) Não pensemos nós que a má distribuição do que nos foi confiado passará despercebida aos olhos e ao coração de Deus. Seremos cobrados, não apenas pelos erros cometidos, como também pelo que deixamos de fazer em face da fome, da doença, da falta de moradia de nossos irmãos carentes. Principalmente se detivermos, em nossas mãos, poder para as soluções de tais problemas.   Deus não se cansa diante de sua maior obra da criação. Ele não desiste de ver, injetado nos corações humanos, o amor que seu Filho trouxe ao mundo, para salvar a humanidade. Ele não desiste de ver crescer, nas mãos de cada um, a semente da paz – tão distante de tantas vidas, por razões sem razã homens se matam, homens matam seus irmãos, não importando se inocentes – tantas crianças! Ele não desiste de ver transformados os seres humanos em mananciais de cuidados, não apenas com os semelhantes, mas também com a admirável natureza, a todas as criaturas doada.     (*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro [email protected] Terezinha Hueb escreve aos sábados neste espaço  

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