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Primavera

Estamos no início da primavera. Nosso inverno não tem o rigor do Hemisfério Norte, em que as árvores perdem o verde e a neve branqueia a paisagem. Por isto, a chegada da primavera

Dom Benedicto de Ulhôa Vieira
Publicado em 24/09/2009 às 20:27Atualizado em 20/12/2022 às 10:29
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Estamos no início da primavera. Nosso inverno não tem o rigor do Hemisfério Norte, em que as árvores perdem o verde e a neve branqueia a paisagem. Por isto, a chegada da primavera não desperta em nós a sensação de algo novo, como para os europeus e para os outros povos que sofrem o rigor da neve e a perda da beleza do verde.

Amigo alemão, com quem convivi longos anos, queixava-se por não sentir no Brasil, ao final do nosso inverno, a sensação da beleza de ver reverdecerem-se as árvores e brotarem, nos canteiros e nos jardins, rosas e outras flores, como lá, ao despertar da primavera.

Mas também nós temos algo de belo neste surgir da nova estação. Não é possível passar despercebido a nossos olhos o cenário novo dos ipês floridos, que enfeitam a orla das estradas. Suas flores cor de ouro, sopradas pelos ventos, forram o chão, atapetando o negrume da terra com fofa beleza de suas pétalas. De fato, é também para nós um cenário novo e colorido, mesmo sem ter sofrido o rigor do inverno.

Já o Cântico dos Cânticos, na poesia epitalâmica do jovem enamorado, enaltece o surgir da primavera: “O inverno já passou, as flores já brotaram. Ouve-se o trinado dos pássaros e sente-se o perfume das flores.” Assim cantava ele à sua amada, passado o rigor do inverno.

Não parece extemporâneo pretender que este surgir de um novo tempo – a primavera – seja amável convite da natureza para renovarmos a própria vida, aprimorando nossa convivência com os outros e nossos relacionamentos.

Com o passar do tempo, perdemos o viço, a beleza e as energias. Urge tornar mais bela a nossa vida, mais rica de flores e de frutos, imitando assim a renovação vigorosa da primavera.

Deus, na sua paternal bondade, colocou nas nossas mãos e diante de nossos olhos a sua palavra, que nos ilumina e fortifica: é a Escritura Sagrada, que chamamos Bíblia. Estamos no Mês da Bíblia, convidados não só a ler, mas a aprofundar o sentido da mensagem divina.

Nosso coração pode iluminar-se com as luzes da palavra de Deus e assim reflorescer de belezas sobrenaturais.

A alma humana também tem primavera...

(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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