Estes dias, que precedem a festa do Natal, ocasionam especial movimento nos setores comerciais. As propagandas são inúmeras na televisão, nas rádios, nos folhetos
Estes dias, que precedem a festa do Natal, ocasionam especial movimento nos setores comerciais. As propagandas são inúmeras na televisão, nas rádios, nos folhetos que abarrotam as caixas postais das residências e nos altofalantes de carros comerciais. Há como que uma violenta propulsão para vender. A figura dominante é a do Papai Noel, vestido com roupas pesadas do frio neste nosso calor de dezembro. É pois ocasião para se presentear os que nos são queridos. Até aí, tudo bem.
O que nos desperta o senso crítico é o esquecimento do verdadeiro sentido desta data. Natal é comemoração festiva da chegada do Salvador da humanidade. É um acontecimento ímpar: Jesus, o Filho eterno de Deus, assume a natureza humana no seio virginal de Maria e nasce, na pobreza de Belém, para nos dar a salvação.
Notícia, pois, alegre e de festa, porque Deus vem ao nosso encontro. É tão rica de sentido esta data – isto é, o nascimento do Salvador da humanidade – que os céus se enchem de anjos em revoada, cantando alegremente a glorificação de Deus, que vem ao encontro da humanidade, para nos dar a salvação e a paz.
A Igreja, durante quatro semanas, nos anuncia a chegada, isto é, o advento do Salvador. É, pois, uma alvissareira notícia para a humanidade. O que porém se deve lembrar e proclamar em alta voz é que Natal é data religiosa, não folclórica. E que a alegria da festa é a chegada de Deus para a salvação da humanidade.
Não se pode, pois, esquecer que o grande presente que recebemos não nos vem do folclórico Papai Noel, mas da rica misericórdia do Pai, que nos envia o Salvador.
O profeta Isaias, lá no distante tempo de uma previsão sobre o Messias que haveria de vir, como de fato veio, nos convida para marchar para o monte do Senhor e entoar um cântico de alegria ao som da flauta, numa noite de festa santa (Is 30, 29). Penso que o profeta nos faz este convite para a celebração do Natal de Jesus, o rico presente que do céu nos veio.
A preparação para a grande festa do Natal exige de nós a purificação interior para recebermos da Criança do presépio, não os presentes que o comércio nos oferece, mas a alegria da paz, que os anjos cantaram pelos céus afora na noite de Belém.
O Advento recorda-nos o longo tempo que a humanidade aguardou pela vinda do Messias. Foram séculos e séculos. Nestas semanas que nos dispõem espiritualmente para a chegada do Salvador, somos convidados a receber alegremente o presente de Deus: o Salvador Jesus Cristo. Isto é Natal!
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro