Preconceitos? Preconceitos inexplicáveis. Preconceito com os violentados... Preconceito com os obesos... Preconceito com a velhice...
Preconceitos? Preconceitos inexplicáveis.
Preconceito com os violentados...
Preconceito com os obesos...
Preconceito com a velhice...
Preconceito com a adolescência...
Preconceito com a adoção...
Preconceito com doenças, com enfermidades, com os transtornos como a esquizofrenia, que é acompanhada da falta de informação e tenta quebrar preconceitos com a ajuda da mídia.
“A mídia de massa arremata mais um ponto no quesito “concientização social”.
A esquizofrenia ganha as telas na trama da novela global, no horário nobre, e é discutida pela sociedade com afinco. Mas esse não é um assunto novo, nem dentro nem fora da realidade. Outras novelas já abordaram o tema, com menos alarde. E a doença já era diagnosticada no Brasil desde Dom Pedro II. Há relatos que contam que o imperador mandou abrigar mendigos tidos como loucos. Em meio aos cuidados de surtos de piolho e tuberculose, médicos identificavam a doença, conhecida inicialmente como dependência precoce. Ainda hoje, no senso comum, a patologia é frequentemente relacionada ao indigente que fala sozinho, gesticulando e perambulando pelas ruas. Ou aos pacientes esquecidos nos hospitais psiquiátricos”.
É interessante salientar que assuntos de tamanha importância deveriam tocar a sociedade sem a necessidade da fantasia e sem tanto preconceito.
Como surgem os preconceitos?
Associações implícitas surgem a todo momento e são inerentes à cognição humana. Revelam-se em nossa tendência para caracterizar e absorver mensagens, para dar sentido ao mundo à nossa volta e lembrar as relações entre objetos, ações e adjetivos. O ser humano dispõe tudo em grupos que o cercam, agrupando por características e por sensações que despertam. Sem tais deduções, os problemas para nos orientarmos no mundo e sobreviver seriam muitos, sem tais agrupamentos.
A forma como se chega a tais associações é bastante rápida e, com frequência, elas escapam da compreensão consciente. Para medi-las, os psicólogos recorrem a testes indiretos, que não dependem da capacidade ou disposição do sujeito para refletir sobre seus sentimentos e pensamentos. Neste contexto, vários métodos são usados, os quais aferem a velocidade ou a disposição com que as pessoas relacionam palavras ou figuras, representando grupos sociais, com termos positivos ou negativos ou traços estereotipados, preconceituosamente. Como os conceitos intimamente ligados estão vinculados na mente, a pessoa responde mais rapidamente a pares relacionados de ideias.
Podemos nos livrar das associações implícitas?
Não podemos. E é bom que seja assim, pois se nos desvecilharmos completamente delas, perderemos um instrumente muito útil, necessário à vida cotidiana.
Ao formarmos associações que contrariam nossas intenções, crenças e valores é que surge o problema. Mesmo que tais estereótipos contrariem a racionalidade e até mesmo valores que lhes são caros, como o de justiça ou igualdade, pessoas vinculam, involuntariamente, deficiência com fraqueza, árabe com terrorismo ou pobre com inferioridade.
É possível superar os preconceitos?
Pesquisas recentes sugerem que podemos rever atitudes implícitas ou, pelo menos, eliminar seus efeitos no comportamento. Intenção consciente de rever as próprias ideias e informação podem ser decisivas no processo de substituição de associações estereotipadas por posturas mais flexíveis.
(*) psicóloga clínica