ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Prefeito de cidade mineira de 52 mil pessoas terá salário quase igual de Lula

Publicado em 05/12/2024 às 09:47
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Mesmo com o porte reduzido, o salário do prefeito supera o de governadores e de chefes do Executivo de grandes capitais brasileiras, o que gerou repercussão e questionamentos (Foto/Divulgação)

Mesmo com o porte reduzido, o salário do prefeito supera o de governadores e de chefes do Executivo de grandes capitais brasileiras, o que gerou repercussão e questionamentos (Foto/Divulgação)

O prefeito eleito de Congonhas, Anderson Cabido (PSB), receberá um salário bruto de R$ 43,9 mil a partir de 2025, valor que se aproxima do subsídio do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é de R$ 44 mil. O reajuste foi aprovado pela Câmara Municipal na última terça-feira (3) e sancionado com base na justificativa de que os vencimentos não eram revisados de forma significativa há 16 anos.

A cidade, localizada na Região Central de Minas Gerais, tem 52.890 habitantes, de acordo com o IBGE. Mesmo com o porte reduzido, o salário do prefeito supera o de governadores e de chefes do Executivo de grandes capitais brasileiras, o que gerou repercussão e questionamentos.

Valores superiores a outros cargos de destaque

O novo salário do prefeito de Congonhas ultrapassa o do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que receberá R$ 41,8 mil mensais a partir de 2025. O vice-governador Mateus Simões e os secretários estaduais também recebem menos, com salários de R$ 37,6 mil e R$ 31,2 mil, respectivamente.

Entre os prefeitos das capitais brasileiras, o valor aprovado para Anderson Cabido também se destaca. Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, recebe R$ 38 mil, enquanto Topázio Neto (PSD), de Florianópolis, tem um subsídio de R$ 36,9 mil. Na capital mineira, Fuad Noman (PSD) ganha R$ 35,6 mil, o mesmo valor de Eduardo Paes (PSD), do Rio de Janeiro. O menor salário entre os prefeitos de capitais é o de Tião Bocalom (PP), de Rio Branco (AC), com R$ 20,6 mil.

Justificativa e contexto local

Segundo o presidente da Câmara Municipal, Igor Souza Costa (PL), a atualização foi necessária devido à defasagem do salário do prefeito, que não sofria reajustes significativos desde 2008. “Só fazemos a correção pelo INPC. O prefeito não tem verba indenizatória, nem auxílios como os deputados, então é apenas o salário com descontos”, explicou o vereador.

Outro argumento apresentado foi o robusto orçamento da cidade, que supera R$ 7 bilhões, em grande parte sustentado por royalties da mineração. Igor classificou Congonhas como “algo fora da caixa” por conta de seus recursos financeiros.

Repercussão e debates

Apesar das justificativas, o aumento gerou controvérsia, especialmente pela comparação com municípios de maior porte e relevância no cenário nacional. Enquanto Congonhas tem pouco mais de 50 mil habitantes, cidades como São Paulo e Belo Horizonte, com milhões de moradores, remuneram seus prefeitos com valores mais baixos.

A decisão reacendeu discussões sobre os critérios para definir os salários de gestores públicos em cidades menores, ainda que possuam grandes orçamentos. Para críticos, o aumento é desproporcional e levanta questionamentos sobre as prioridades na aplicação dos recursos públicos.

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