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Para onde caminhamos?

Aquele cientista estava proferindo uma palestra sobre entropia. Explicava aos seus ouvintes que entropia era um processo de desgaste de energia...

Padre Prata
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 13:58
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Aquele cientista estava proferindo uma palestra sobre entropia. Explicava aos seus ouvintes que entropia era um processo de desgaste de energia que não pode mais ser aplicada. “Assim, dizia ele, o mundo em que vivemos está se desgastando porque não há reposição de energia. Consequentemente, dentro de um bilhão de anos, a vida não existirá mais sobre a terra.” Foi então, que uma velhinha, assustada, perguntou: “Professor, o senhor disse um bilhão?” A resposta do professor foi imediata: “Sim, minha senhora, eu disse um bilhão”. A velhinha se acalmou, suspirou aliviada e acrescentou: “Graças a Deus, eu pensei que o senhor tinha falado em um milhão.”

Como a piada é inglesa, não tem graça nenhuma, conto apenas para servir de gancho para a reflexão de hoje.

Todos os domingos, na Folha de São Paulo, leio as crônicas de Marcelo Gleiser. Numa delas, leio o seguinte:  “Da mesma forma como os computadores ficaram acessíveis, a capacidade de manipular genes também ficará. Adolescentes poderão inventar seus animais de estimação, híbridos de sapo e beija-flor. Adultos poderão desenhar sua prole.” Não sei até quando irá o desatino humano. É muito difícil aceitar a ideia de que o homem destruirá o próprio homem. Criarão monstros e agredirão a Natureza. Há um dito milenar que nos põe de sobreavis “Um mil passará, dois mil não passará”. Não tenho nenhum tipo de superstição, dois mil apenas começaram e os prognósticos dos cientistas não são nada otimistas.

A conclusão de Gleiser aumenta as suspeitas que crescem dentro de mim. Meus fantasmas. Como não se assustar se eles afirmam que dificilmente a vida do homem sobre a terra irá além do ano 3000? Não são os búzios e o tarô ou os adivinhadores que afirmam isso. São cientistas, gente séria, baseando-se em investigações sérias. Como não se assustar se os entendidos, firmados em estatísticas sérias, declaram que em  quarenta países do mundo já estão sofrendo com falta de água? Como não se assustar quando pesquisadores competentes garantem que, por volta do ano 2050, os homens guerrearão não mais pelo petróleo, mas por água potável? Multidões famintas, aos milhões, invadirão outros países em busca do que comer e beber.  

Todos nós sabemos de que se trata o efeito estufa. Até certo ponto já sentimos que a temperatura da terra está subindo ano a ano. Blocos de gelo de milhares de toneladas se desprenderão dos polos e farão subir o nível das águas do mar. Bem antes do ano 3 mil já terão subido um metro e oitenta centímetros. É o que tenho lido nos jornais.

Todo mundo sabe que todos nós somos controlados pelas leis do mercado. Grandes usinas irão transformar água salgada em água doce. A água, consequentemente, será comercializada. Quem venderá para quem?

Vendo todas essas coisas, fico pensando que o fim da estrada está logo ali...

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