O idoso corre um perigo muito grande. É sua recusa em aceitar o comportamento
O idoso corre um perigo muito grande. É sua recusa em aceitar o comportamento da juventude hoje. Por isso é que o idoso passa a viver no passado. E vai dizendo tolices como “no meu tempo não era assim”... Certa vez fui convidado para o aniversário de um jovem. Um adolescente. A mesa com um belo lanche estava rodeada de garotos. Todos comendo apressadamente. De repente, todos aqueles meninos desapareceram. Estranhei. Fui procurá-los. Estavam sentados nas poltronas e sofás da sala. Todos eles dobrados sobre um celular, ignorando totalmente o que se passava ao redor. Todos eles num frio silêncio. Viajavam no mundo eletrônico. Assustado, perguntei a mim mesm “Será que esses jovens estão vivendo num mundo diferente? Será que não estão perdendo o sentido comunitário da vida?”. Lá estavam eles, cada um deles voltado sobre si mesmo. De repente volto para mim mesmo e me pergunt “Quem sabe o errado estava sendo eu?”. Todos nós sabemos que no idoso acontecem mudanças de ordem física e psíquica. O mundo do jovem é um, do idoso é outro. O jovem e o idoso navegam em mares diferentes. É difícil aceitar isto, mas é importante. O jovem vai adquirindo sua autonomia, o idoso vai perdendo. O jovem vai se libertando dos outros, o idoso vai necessitando cada vez mais de quem o ampare. Envelhecer não é fácil. O idoso vai percebendo que, aos poucos, vai sendo isolado. O jovem percebe que um mundo novo se abre diante dele. De um modo geral o jovem está inundado de esperanças, o idoso se isola cada vez mais. Sente-se esquecido. De uma coisa, porém, tem certeza. Dois braços o esperam. Os braços do PAI. É a única certeza que o deixa tranquilo. Sua segurança está em sua FÉ.