ARTICULISTAS

O açougueiro e o livro

Caminhando pela Avenida W3 em Brasília, no último dia 02/08/09, tive a grata satisfação de deparar-me com algo fantástico: bibliotecas populares nos pontos de ônibus por toda a Asa Norte

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 14/08/2009 às 21:47Atualizado em 17/12/2022 às 05:17
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Caminhando pela Avenida W3 em Brasília, no último dia 02/08/09, tive a grata satisfação de deparar-me com algo fantástic bibliotecas populares nos pontos de ônibus por toda a Asa Norte do Plano Piloto. Obra de alguma autoridade? Não; o açougueiro Luís Amorim, a duras penas, criou tudo.

De início, bate na gente a dúvida se aquele projeto sem portas e janelas irá prosperar, já que pontos de ônibus, orelhões, bancos de praças e outros bens públicos são alvos dos vândalos. Ledo engano; as 35 bibliotecas brasilienses naqueles locais já têm dois anos e possuem cem mil livros!

Luís Amorim, apesar da pouca permanência na escola, tem no livro o seu maior amigo. Aquele homem que corta e vende carne teve paciência, recebeu adesões e hoje é o grande realizado. Passageiros de ônibus, transeuntes e outros interessados podem ter contatos com os livros ali mesmo ou levá-los com uma condição, conforme o avis “Leve um por vez; devolva-o em bom estado; não fique com o livro por muito tempo”. A regra é respeitada e assisti pessoas pegando ou entregando obras. Outros limpam as estantes, organizam o acervo literário, doam livros e orientam o uso.

Fiz uma pesquisa no local e do livro “VENCENDO A CRISE”, de Thomas J. Peters e Robert H.Waterman Jr., extraí a frase seguinte que usarei num trabalh “É mais fácil compreender uma ciência quando aprendemos seus princípios através de metáforas retiradas do mundo que conhecemos, coisas que tocamos ou cheiramos”. Vi livros doados ali por embaixadores, médicos, advogados, economistas, educadores, etc.

Outras cidades podem ter suas bibliotecas populares nos pontos de ônibus? Sim; inclusive Uberaba. Com a palavra as nossas autoridades do ensino e da cultura. Os livros poderão ser destruídos ou furtados, devido ao acesso diuturno do público? Não! Isso é pensar pequeno demais diante do que o livro é capaz de fazer.

(*) presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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