Seminário é sementeira. Quando, no coração do jovem, soa a voz de Deus, suscitando nele o desejo de servir ao Evangelho, a Igreja o acolhe para discernir o chamado divino e dar assistência aos primeiros passos do vocacionado. Quando este primeiro e ainda silencioso apelo de Deus se torna mais claro, a Igreja diocesana abre as portas do Seminário para acolher o candidato.
O “Seminário” lembra sementeira, isto é, o terreno onde a semente brota e cresce. Isto supõe especiais cuidados. A imagem da sementeira é rica de sentido.
O Seminário é, portanto, o centro das esperanças da Igreja diocesana. O ritmo da vida interna deve ser exigente: oração, estudo, disciplina, pedagogia, convivência fraterna. Um recanto de vida austera, jovial e feliz. Poder-se-ia dizer que é o mais importante centro de uma diocese.
A Arquidiocese de Uberaba tem a alegria de estar celebrando o 85º ano de vida do seu Seminário. Fechado por dez anos num passado de provações, foi reaberto há mais de 30 anos e vem dando à Igreja Arquidiocesana uma colheita compensadora de frutos, que são os sacerdotes, que ali viveram e se formaram para o anúncio do Evangelho e o pastoreio dos filhos de Deus.
É justo que nos alegremos com este aniversário. E, muito mais ainda, é justo e necessário agradecer aos céus a riqueza dos frutos colhidos.
É de esperar de Deus que suscite, nos corações dos que foram chamados para a sublime missão sacerdotal, a entrega corajosa e feliz de suas vidas, para serem na Igreja de Uberaba anunciadores da verdade e distribuidores da graça divina.
Aquela casa grande no alto das Mercês, não muito nova, onde se recolhem os que se preparam para o sacerdócio, é o zênite da Igreja Arquidiocesana de Uberaba. É ali que repousa o olhar paternal de Deus e para lá que se voltam as esperanças do povo cristão.
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro