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Momento político

As eleições estão chegando. É pois tempo de vivência democrática. Os que somos mais velhos recordamo-nos

Dom Benedicto de Ulhôa Vieira
Publicado em 26/08/2010 às 19:29Atualizado em 20/12/2022 às 04:37
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As eleições estão chegando. É pois tempo de vivência democrática. Os que somos mais velhos recordamo-nos dos anos em que nos impediam de votar. Agora, felizmente podemos escolher os que nos vão governar. Daí a responsabilidade que nos cai sobre os ombros. Além dos deputados, cabe-nos escolher o Presidente da República, o Governador e o Prefeito, isto é, o poder executivo.

Entre vários candidatos, o eleitor consciente tem de examinar objetivamente a quem escolher: examinar o preparo para o cargo, a competência, o passado do candidato, a experiência que adquiriu em outros possíveis mandatos. Este – parece – é o ponto importante da escolha: a experiência adquirida em mandatos anteriores e a honestidade no exercícico da função.

Vale lembrar, para exemplo, a prudência da Igreja na escolha dos que devem exercer algum cargo de chefia. Um bispo, por exemplo, é nomeado pelo Papa, após alguns anos de sacerdócio e com uma ficha de dedicação nos vários cargos que exerceu com despreendimento e competência. O mesmo acontece quando o Bispo escolhe o reitor do Seminário, o Vigário Geral ou alguém para outro cargo. Exige-se que tenha provada experiência ministerial para poder assumir um cargo de chefia. Isto, na Igreja.

Penso que, na vida política, este critério deveria ser observado, não para excluir alguém, mas para a eficiência no exercício do cargo.

Quem nunca foi nem sequer prefeito de pequena cidade do interior não pode pretender a alto cargo de Governador ou Presidente. É a vida que prepara a pessoa para cargos mais altos.

Note-se ainda que quem é eleito não o é para simplesmente repetir ou perpetuar o que o antecessor realizou, mas para inovar, prosseguir, descobrir novas carências e não ter medo de avançar. Não é simples copiador de quem o precedeu ou continuador, mas sucessor que examina o que falta e ousa inovar.

Na campanha atual, causa-me estanheza, pelo respeito com que costumo cercar a autoridade constituída, ver altas autoridades do país sairem para esmolar votos em favor de candidatura de sua pessoal escolha. A posição de quem está no poder não é esmolar votos para quem lhe parece melhor. Mas guardar serena imparcialidade, sem descer da altura de seu cargo para vulgaridade de pedir voto em favor de alguém de sua preferência pessoal.

A escolha é do eleitor e não imposição de fora. Neste momento em que o país está em situação razoável de bem-estar, o eleitor deve ponderar e dar o seu voto – tanto para o poder executivo como para o legislativo – ao candidato que pela sua formação e pela experiência seja fator de progresso e de bem-estar para o povo brasileiro.

Votar pois em candidato competente, experiente e disposto em buscar o bem comum de nosso povo. É o que se espera para não se ter de chorar ou reclamar mais tarde. Deus nos ilumine.

Esta reflexão não tem caráter partidário, mas preocupação de um brasileiro consciente.

(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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