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Maio, mês de Maria

Não sei se foi de manhã ou foi à noite que, na pequena casa de Nazaré, um anjo apareceu para uma Virgem, a mais bonita e pura jovem de Nazaré

Dom Benedicto de Ulhôa Vieira
Publicado em 13/05/2010 às 20:28Atualizado em 20/12/2022 às 06:32
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Não sei se foi de manhã ou foi à noite que, na pequena casa de Nazaré, um anjo apareceu para uma Virgem, a mais bonita e pura jovem de Nazaré, para dizer-lhe que Deus a escolhera para ser a mãe do Salvador. Ela se assustou por não ser ainda casada e por isto não podia ser – pensava ela – a mãe do nascituro Salvador. Seu nome era Maria, seu noivo José. Naquele dia o Verbo eterno, por quem tudo fora criado, escondeu-se na clausura virginal daquela jovem, vestiu-se da carne humana e veio salvar a humanidade.

Porque Ela nos deu o Salvador, tornou-se “a Mãe do meu Senhor” (Lc 1, 43) como a chamou Isabel. Deste dia em diante, os que cremos no Evangelho a proclamamos “Mãe de Deus”, a mais alta dignidade a que pode ser exaltada a criatura humana.

Se as mães merecem ter um dia no ano para ser carinhosamente homenageadas – e foi no domingo passado deste mês –, a Mãe de Deus, que nos foi dada também por mãe na tarde dolorosa do Calvário, bem merece ser lembrada e homenageada o mês inteiro neste maio, “mês de Maria”.

Seríamos muito pobres e miseráveis se, nos dissabores da nossa caminhada terrena, não A tivéssemos como mãe protetora e solícita. É só lembrar a cena evangélica das bodas em Caná da Galileia. Por discretíssimo pedido de sua Mãe, Cristo Jesus transformou barris de água em vinho de alta qualidade.

As confidências que a mente e o coração do sacerdote guardam relatam as graças do céu tão abundantes, vindas da intercessão de Maria Santíssima em favor das mães que imploram por seus filhos. Esta solicitude da Mãe de Jesus pelos cristãos é descrita de maneira colorida pelos poetas, que têm o carisma de dizer as coisas com graça e beleza. Já Dante, na Divina Comédia, havia advertido a quem quer algo do céu e não recorre a Ela é o mesmo que querer voar sem asas.

Outro poeta, mais perto de nós, com soneto decassílabo, descrevendo “a oração mediadora de Maria”, que sobe em especial ao coração de Deus, finaliza: “Estrela da manhã (...) a luz do teu olhar abre clareiras. / E o caminho do céu só tem barreiras / sem as asas da tua intercessão”.

Maio, mês de Maria, é convite para olhar o céu em homenagem à Mãe de Deus. Daí a certeza da proteção divina para nossos passos nesta dificil ascensão a que somos convidados. A razão de nossa confiança filial em Maria é que Jesus, depois de nos ter dado tudo que podia, ainda na cruz nos deu Nossa Senhora!

(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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