Lembrei docê hoje!
Poucas vezes nos últimos tempos me senti tão em casa quanto no lançamento do livro “UAI”, dos irmãos Hugo Prata e Padre Prata
Poucas vezes nos últimos tempos me senti tão em casa quanto no lançamento do livro “UAI”, dos irmãos Hugo Prata e Padre Prata. Aquela noite de autógrafos na Biblioteca Municipal Bernardo Guimarães, dia 30/04/10, não podia estar mais natural. Sentia-se no ar o cheiro das nossas raízes à medida que o palavreado no ambiente ia remetendo cada um aos seus ancestrais. Cantos, declamações e pequenos discursos marcaram a data em que a gente do Triângulo Mineiro viu sua fala registrada naquele “vade-mécum”.
Chegando ao recinto, dirigi-me aos dois escritores, tendo a obra em mãos, e recebi de ambos as dedicatórias cujos conteúdos tenho que fazer muito ainda pela humanidade para merecê-los. “Lembrei docê hoje!”, disse-me Padre Prata, fazendo referências a matérias que havia lido sobre a polêmica Barragem de Belo Monte e o nefasto necrochorume (substância gerada por cadáveres nos cemitérios). “Absurdo, o que querem fazer com os índios” e “Precisamos repensar sobre o nosso Hospital Regional”, foram flashes das palavras sensatas de Padre Prata, que, com a sua anuência, hoje estão aqui reproduzidas. Do cientista Hugo Prata, quero ouvir também a sua sábia opinião.
Mas o assunto é “UAI”, uai! “Dagora indianti”, não vamos ficar sem resposta quando perguntarmos de onde vêm certos termos que usamos correntemente. De “a troco de que” até “zureta”, ou seja, de “A” a “Z”, temos no livro as minuciosas definições; os porquês e para que usá-las.
As palavras urbanas ou roceiras de “UAI” me permitiram concluir que o dicionário da dupla é “bão bisurdo”, ou “coisa medonha”, uma “uva” para esses dias em que muitos lançamentos literários têm ficado longe do povo.
Hugo e Thomaz, é excelente pesquisa feita por “ceis dois”!
(*) presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro
