Você já pensou em uma sociedade emocionalmente doente?
Você já pensou em uma sociedade emocionalmente doente?
Uma sociedade onde imperam as relações superficiais?
Um meio social impregnado de estresse?
A questão afetiva nunca foi tão desprezada pelos homens como nos tempos atuais.
O que aconteceu com a humanidade? Classes sociais, grupos religiosos, estilos musicais, torcidas de futebol, provocam, constantemente, a disputa, a competição, a rivalidade.
As pessoas, cada vez mais, se isolam... se embrutecem... se insensibilizam... e se sentem cada vez mais sozinhas.
Os homens e as mulheres, mesmo dividindo um espaço comum, cada vez mais se distanciam do contato verdadeiro e cada vez mais se sentem mais solitários.
A filosofia fala do ser humano como o único ser capaz de ter consciência de sua existência, de refletir sobre suas relações com os outros homens e com a natureza – destaque para os atuais pensamentos e pensadores ecológicos. E o ser humano sabe também da sua imensa fragilidade.
E esse mesmo ser humano inteligente deveria reconhecer sua limitação, repensar a sua existência no nível social – estamos em tempo de política – possibilitar o desenvolvimento de uma sociedade solidária verdadeira. Não é esta a fala dos candidatos antes das eleições?
Entretanto, a realidade globalizada é bem diferente e distante desta sociedade sensibilizada idealizada, inclusive com a natureza.
Qual é o valor do ser humano?
Quanto custa uma vida atualmente?
O mundo moderno tem reduzido vidas a estatísticas, não é?
A grande insensibilidade da humanidade se apresenta todos os dias, com os índices de mortes cada vez maiores, mortes estas ocasionadas muitas vezes por motivos banais.
Os altos índices estatísticos mostram como a vida humana foi desvalorizada, não só por aqueles que causam as notícias das mortes – os assassinos – como por aqueles que as recebem – os expectadores.
A insensibilidade da humanidade, gerada pelo desprezo pelas questões emocionais, está explodindo a todo o momento. A solidariedade verdadeira, a compaixão, que deveriam tocar o cidadão perante a morte de outros semelhantes, foram substituídas por conformismo.
E os relacionamentos virtuais?
O homem se conhece? Sabe seus anseios?
A existência é resolvida com o consumismo e a diversão?
É possível equilibrar razão e emoção?
(*) psicóloga clínica