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Falando de violência

É possível entender a violência? Ela vem de onde? Qual é sua origem?

Sandra de Souza Batista Abud
Publicado em 28/07/2011 às 19:57Atualizado em 19/12/2022 às 23:08
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É possível entender a violência?

Ela vem de onde? Qual é sua origem?

Como combater a violência de nossos dias?

Atos violentos sempre existiram?

A história da humanidade está repleta de violência contra o próprio homem.

Homem e violência... Violência e homem...

A possibilidade da violência é inerente à condição humana. E essa violência caracteriza o modo de se relacionar do homem.

Não é por acaso e nem por acidente que as histórias da humanidade e da violência vêm caminhando juntas. É por essência. Homens modernos não podem mais cultivar a ideia de que os antigos foram violentos e não a humanidade atual.

Já não temos mais como eleger o passado da humanidade como paraíso perdido. Mas como encontrar  a superação da violência que nos acomete por todos os lados?

O fato de que os valores supremos, tidos como absolutos, tenham se desvalorizado, não é a causa da violência e também não é a sua consequência.

 A violência não se reduz a um problema moral? Não.

Não é a força ou o enfraquecimento dos valores que determinam a presença ou a ausência da violência. Se hoje se mata sem remorso ou culpa devido a estruturas que suprimem a presença de valores estáveis, no passado, matava-se em nome de Deus.

A violência sempre existiu, acontecendo desde o surgimento da humanidade.

Se no passado, romanos se divertiram transformando cristãos em piras humanas e cristãos serviam à Trindade Divina matando muçulmanos e caçando bruxas; no mundo moderno, estadunidenses se despedem de uma guerra mundial lançando duas bombas atômicas no Japão. Se antigamente, civilizados europeus invadiram as Américas e reduziram índios a pó, atualmente, homens-bomba sacrificam suas vidas e outras vidas, motivados por suas crenças.

Por todos os lados há violência, a qual se manifesta de várias formas. Fica claro que ela não é um detalhe da condição humana, mas uma possibilidade que atravessa a história e acompanha o homem.

A violência parece ser congênita ao homem e à sua história. Já no seu tempo, Einstein, que acompanhara algumas pesquisas de Freud, queria saber se seria viável anular as possibilidades de novas guerras e a supressão do ódio e da violência do coração humano. Em resposta a Einstein, disse Freud: “De nada vale tentar eliminar as inclinações agressivas dos homens”. Em linguagem freudiana, o que Einstein almejava era retirar do homem a pulsão de morte e preservar nele a pulsão de vida, e o que Freud mostra é que a condição ontológica humana da violência é congênita.

Quem não conhece a história de Caim e Abel?

(*) Psicóloga clínica

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