ARTICULISTAS

Falando de Violência

A violência é um tema complexo que se recobre

Sandra de Souza Batista Abud
Publicado em 24/10/2013 às 20:25Atualizado em 19/12/2022 às 10:31
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A violência é um tema complexo que se recobre de diferentes fenômenos sociais.

No cotidiano, com quanta violência nos deparamos!

Violência no esporte...

Violência no trânsito...

Violência na educação...

Violência nas ruas...

Violência nas prisões...

Violência nas precárias condições de vida...

Violência na fome...

Violência na criminalidade...

Violência contra as mulheres, contra os homens, contra as crianças...

Violência contra a natureza...

Violência física...

Violência psicológica...

As bases culturais da nossa imagem de violência podem contribuir para uma melhor compreensão desta construção social. A violência é um dos elementos vivos de qualquer projeto social. Muitos negam a presença da violência, repudiando-a como um fantasma. Entretanto, importante é procurar compreender como ela se inscreve nas relações sociais e no nosso imaginário. Essa atitude reflexiva pode contribuir para um melhor conhecimento da nossa sociedade e para a modulação da própria violência.

Omitir-se de agir contra a violência resulta no mesmo que deixar que se continue a praticá-la. Muitos também alegam inocência ou ignorância sobre atos violentos. Omissão resulta sempre em cumplicidade. O sexo violento na família não ocorre às escondidas de outros olhares.

Neste contexto, é para a cumplicidade das mulheres que urge atenção. Para que não se caia na ilusão de que é necessário mudar apenas a atitude dos homens, para se vencer o costume de assaltar sexualmente. As mulheres também necessitam mudar suas atitudes, para se conseguir mudanças. Urge que a mulher mude seus papéis tradicionais, sua forma de olhar o que os homens fazem, seu modo de amparar e incentivar os atos masculinos.

A violência sexual não é mais, nesse final de século, questão de imunidade, e, sim, de ética-política, pois implica dominação, exclusão e extermínio da pessoa como sujeito, aniquilando sua autonomia moral, liberdade física e seu desenvolvimento biopsicossociopolítico.

Violência atrai violência.

A violência doméstica está por trás de 90% dos casos de infrações cometidas por menores que chegam ao juizado da infância e da juventude da capital mineira. Dados alarmantes como este reafirmam uma preocupação antiga de quem trabalha diretamente com a problemática da violência: meninos e meninas infratores saem de casa para se livrar dos maus-tratos domésticos e atuam violentamente nas ruas.

Violência provoca violência.

(*) Psicóloga clínica

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