No futebol ou em qualquer modalidade esportiva, a palavra equilíbrio é sinônimo de conseguir o sucesso esperado. Muitas vezes disputando uma partida de futebol, ainda jogando como profissional ou mesmo num clube de campo, sempre éramos alertados pelo treinador que dizia: “precisamos equilibrar este jogo, portanto temos que melhorar nossa pegada no meio-do-campo”, isto nas entrelinhas de um intervalo do 1º. tempo para o 2º. tempo. Neste curto espaço de tempo, o treinador orienta e exige que seu meio de campo procure ser mais eficiente, mais inteligente, mais maduro com a posse de bola, enfim que consiga envolver o adversário, assim feito talvez a vitória poderá ser alcançada mais facilmente. Coloquei a palavra “talvez” porque o futebol sendo um esporte coletivo, 11 contra 11, tudo pode acontecer. Você não depende só do seu esforço físico, você não depende só de você. Depende de mais 10 companheiros para ser bem-sucedido. “Talvez” neste dia isto pode não acontecer. Seria uma derrota ou “talvez” – novamente a palavra – o adversário tenha sido mais competente ou teve mais equilíbrio. O USC começou a disputa do Campeonato Brasileiro da Série D e, neste domingo, no campo do adversário empatou em 0 x 0 com o Ituano na cidade paulista de Itu. Não sei se muitos companheiros da imprensa envolvidos nesta empreitada do USC rumo à Série C do Brasileiro, percebem a importância desta competição. Entendo e vejo este campeonato como a salvação de qualquer agremiação que, pretende num futuro próximo continuar suas atividades futebolísticas no cenário esportivo brasileiro. Há quatro anos, qualquer equipe filiada à FMF se desejasse poderia disputar a Série C do Brasileiro, ou mesmo colocar seu nome como pretendente, a escolha era a critério da Federação Mineira de Futebol que, por apadrinhamento ou por questões meramente políticas, indicavam as equipes a bel-prazer. Hoje, com a criação da Série D, o país do melhor futebol do mundo se prepara para findar com os campeonatos regionais. Sinto que a CBF, ainda, não achou o momento ideal para divulgar este procedimento aos clubes médios e pequenos do futebol brasileiro. Parece que a CBF está na espera, dizendo em voz baixa, aquele que não se estruturar vai se arrebentar e sair de cena. E o torcedor, que é a razão de ser de um time, ainda não entendeu o recado da CBF. O torcedor colorado, quando perceber, poderá arrepender amargamente. Será muito mais fácil conseguir acesso para a Série C em 2009 do que em 2010. Meu amigo Filmiano, você que gosta de pesquisar e informar aos leitores do JM na sua coluna, veja qual ano foi criada a Série C do Brasileiro, como era a forma de disputa, a ajuda financeira feita pela CBF e compare com o momento atual. Filmiano sobreviverá no futebol brasileiro quem se organizar melhor, a equipe que tiver uma diretoria que perceba este raciocínio. A Taça Minas Gerais é, e sempre será uma disputa “mentirosa”, onde as Federações Estaduais de cada Estado coloca o nome da Taça que lhe é conveniente; (aqui é Taça MG), equipes da 1ª, 2ª e 3ª divisões numa disputa absurda e desproporcional onde os campeões de cada estado desta Taça, no ano seguinte se enfrentam em mata-mata, sem critério e sem rumo em todo o Estado Brasileiro, sendo que de cem em cem anos, talvez, uma equipe mediana poderá chegar numa final da Copa do Brasil (competição oriunda dos campeões de cada Estado). Para ser melhor entendido, nesta semana que passou tivemos o último jogo da final da Copa Brasil, saindo vencedor o Corinthians Paulista em pleno Beira Rio contra o Inter. Esta competição é um “desequilíbrio” para o futebol brasileiro. No México não existem mais campeonatos regionais, somente o Campeonato Mexicano das primeiras e segundas divisões. Sei que o futebol mexicano, nas décadas de 90 e 10 começa a ter seu espaço no futebol, e hoje não conhecemos nenhum bom atleta mexicano que esteja fazendo sucesso. Isto que escrevo me foi dito por um mexicano, apaixonado pela equipe do Guadalajara, da cidade do México. O Guadalajara vive atualmente uma crise financeira e, também, uma crise de ídolos. Gostaria que o torcedor do USC percebesse que o grupo que ele está na Série D é o mais equilibrado e neste domingo, o torcedor deve ir ao Uberabão prestigiar o time diante do Uberlândia. Mais do que isto, o torcedor poderá desequilibrar o jogo a favor do colorado. Assim, com os três pontos certamente serão conseguidos. Gostaria aqui de agradecer ao Padre Prata pelos referendos que me fez no altar da Igreja Marista, quando do casamento da minha filha Lara com José Olavo Júnior. Padre Prata eu sou católico e tive o prazer de fazer, em 1972, o TLC com o senhor no antigo Champagnat. Naquele ano, no seu pronunciamento de agradecimento aos cursistas, o senhor se dirigiu à minha pessoa dizend “que o sangue vermelho que corria nas suas veias era o sangue vermelho do seu USC”. Nas minhas, o senhor sabia que era vermelho de cor, mas preto e branco de coração. Fiquei orgulhoso como homem e como atleta do Nacional, estava me formando em engenharia e despedindo do Nacional como jogador. Padre Prata fico feliz em ter o senhor como amigo. Tenho diversos motivos para isso. Primeiro, por ser tão querido e admirado pelas famílias dos Huebs e Cecílios. Segundo, agradecer por ler minha coluna aqui no JM e dizer que a escrevo com muito equilíbrio. Terceiro, porque pessoas especiais nascem no mesmo ano; sendo assim,o senhor é tão especial para minhas irmãs e para mim como nossa mãe Esther. Além disso, senhor com sua simplicidade em suas crônicas e palestras, com sua cultura e com sua simplicidade, ajudou esta cidade a ser mais humana, mais justa, enfim a ter mais equilíbrio. Sua benção! (*) Ex-atleta profissional e comentarista esportivo
