Em tempo de Copa do Mundo, no Brasil
Em tempo de Copa do Mundo, no Brasil, com o país todo vestido de verde e amarelo no corpo e no coração, só se fala em futebol. A expectativa e a esperança de vitória para os brasileiros despertam mais ainda a curiosidade sobre os assuntos futebolísticos. E neste “gramado” é interessante comentar sobre alguns “gatos” do futebol.
“Gato”, na gíria do futebol, é o apelido dado a quem falsifica a idade, sendo que isso é feito com a ajuda de cartolas ou empresários, enquanto os atletas estão nas divisões de base e os campeonatos são divididos por faixa etária. Os mentirosos levam vantagem, quando jogam contra adversários menores e menos experientes. Esta estratégia facilita a negociação do jogador para um grande clube, além de ajudar o time. Se surge uma suspeita, por denúncia de árbitros ou de outras equipes, é necessário submeter o atleta a uma tomografia de pulso, a qual detecta sua idade óssea. “Constatada a falsificação, o caso vai para o Tribunal de Justiça Desportiva. A pena pode variar de seis meses a dois anos de suspensão”, explica Bento da Cunha, corregedor da Federação Paulista de Futebol. Os acusados podem também ser processados por falsidade ideológica, crime com pena de prisão de um a cinco anos.
Neste contexto, é possível citar casos recentes de boleiros veteranos que pareciam mais novos:
• Taribo West – Incrível é o caso do zagueiro nigeriano Taribo West. Em 2013, o presidente do clube que ele defendeu na Sérvia disse que o jogador era 12 anos mais velho. Ele jogou duas Copas do Mundo e venceu as Olimpíadas de 1996, aos 34 anos, quando eliminou o Brasil na semifinal. Por estar aposentado, a denúncia não foi apurada.
• Emerson Sheik – O atual centroavante do Corinthians mudou o nome e a data de nascimento de 6 de dezembro de 1978 para 6 de setembro de 1981. Condenado em 2007 a quase quatro anos de prisão, “Emerson” teve sua pena convertida em multa de R$ 105 mil e prestação de serviços comunitários.
• Sandro Hiroshi – Revelação do campeonato paulista de 1999, como vice-artilheiro pelo Rio Branco (SP), Sandro diminuiu um ano em sua idade. A farsa foi descoberta no Brasileirão daquele ano, quando já jogava pelo São Paulo. Ele foi suspenso por 180 dias e se aposentou em 2013.
• Michel Schmoller – Quase três anos mais velho que o declarado nos documentos falsos, foi denunciado. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) cortou o atleta da seleção Sub-17, na qual jogaria com 19 anos.
• Max Barrios – A seleção peruana escalou um equatoriano, no Sul-Americano Sub-20 de 2013. Durante o jogo, um atleta do Equador reconheceu o zagueiro Max Barrios, 17 anos, como Juan Espinoza, 25 anos, seu companheiro em outro time. Com o caso na Justiça, o jogador sumiu e até o fim de 2013, ele ainda estava foragido.