Criei coragem, faz alguns dias, e dei-me ao heroísmo de assistir algumas cenas, na televisão, do programa político obrigatório. Fico hesitante sobre os candidatos. Vejo além disto, nos jornais televisivos, algumas cenas das sessões do legislativo. Sinto pena do Brasil. Nas sessões do Senado – é apenas um exemplo – os membros do mais alto poder legislativo, ao invés de estarem sentados, ouvindo o que depois devem decidir pelo voto, ficam em grupos, de pé, conversando ou com o celular ao ouvido, dando a visão de uma sessão recreativa.
Percebo também em alguns atuais candidatos ao poder executivo, uma ausência de planos que deveriam existir para beneficiar a população. Deveriam todos eles mostrar o que já fizeram para o povo em cargos anteriores e os resultados das medidas tomadas. Se ainda não tiveram cargos no executivo, fica difícil julgar-lhes a competência. São marinheiros de primeira viagem... Para governar o Brasil é arriscado votar em inexperientes. Está em jogo pois o bem do país. E isto deve ser bem pensado na escolha secreta da cabine eleitoral.
O cuidado que o eleitor deve ter é, em primeiro lugar, não ser crédulo e ingênuo, em seguida procurar examinar a capacidade do candidato e seu histórico. Importante também verificar o programa do partido, porque há partidos que defendem pontos de vista inaceitáveis, como a permissão do aborto, a legitimação da união de pessoas do mesmo sexo, retirada de símbolos religiosos das escolas, etc. Nestes pontos temos de ser intransigentes por serem exigências da lei natural ou de ordem histórica.
A aprovação da lei da ficha limpa foi uma oportuna e sábia decisão aprovada pela influência da consciência católica, que já produziu efeitos altamente benéficos. Quem acompanha o noticiário político, sabe quanto foi benéfica esta iluminada lei para a moralidade pública.
Felizmente a democracia se instalou no país e sentimo-nos felizes com a lei e a prática de que hoje gozamos. Mas isto não dispensa o cidadão eleitor de ponderar sua participação na escolha dos seus líderes políticos. Temos de valorizar nosso dever de votar e, mais ainda, nossa responsabilidade de saber votar, sem se deixar influenciar pela propaganda, em que todos parecem merecedores do cargo que pretendem.
Votar é direito e dever do cidadão consciente. Mas é, antes de tudo, responsabilidade do cidadão e do cristão. Pensar, julgar e decidir. Saber escolher para o nosso bem.
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro