ARTICULISTAS

Educação e contexto familiar

Pelo que tenho observado, a educação no Brasil reflete o que se passa na área familiar.

Padre Prata
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 17/12/2022 às 03:58
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Pelo que tenho observado, a educação no Brasil reflete o que se passa na área familiar. Tenho lido e ouvido centenas de vezes que o problema básico do Brasil está na área da Educação. Vem, então, a pergunta angustiante: o que se tem feito? Quais os projetos de renovação elaborados no Ministério da Educação? Pode até ser que haja alguma que ainda não vi. Todo mundo reclama da violência, do analfabetismo, do atraso na saúde, da quase inexistência de trabalho qualificado. Falam, falam, falam, mas o que se tem feito?

Muita coisa pesa no processo educativ a renda familiar, a instabilidade dos relacionamentos dentro do lar, o tipo de moradia, o acesso aos bens culturais, a escolaridade dos pais e outras coisas mais. Pergunto, entã o governo tem consciência disso, está preocupado como isso? Você sabe que não. Nosso presidente e sua corte estão preocupados é em trançar os pauzinhos para garantir sua futura permanência no governo. Só pensam nisso. Nosso carismático (?) presidente já deitou falação do Pólo Sul ao Pólo Norte. Mas até agora o que falou sobre as urgentes reformas educacionais? Nada, simplesmente nada. Nas raras vezes em que se encontra no Brasil, sua preocupação é a sucessão presidencial. Não se pode perder o queijo nem a rapadura. O resto é detalhe sem importância.

Fui professor durante trinta anos. Lecionei em classes secundárias, colegiais e universitárias. Passei por escolas públicas, particulares e seminários. Tenho experiência do que vivi há setenta anos e observação de vinte anos para cá. A diferença me assusta.

Para o Conselho Nacional de Secretários da Educação, além da desestruturação da família, é preciso que se leve em conta também a fraca qualificação dos professores. Quem está falando não sou eu: “Os profissionais da Educação estão mal preparados”. Esse órgão sugere a aplicação de provas para medir a capacidade dos professores, para impedir que os despreparados dêem aulas.

Segundo um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento, 50% dos alunos brasileiros que fizeram um exame internacional de leitura não passaram do nível 1 (um), o mais baixo.

É complexo o problema. Não se resolve nada dizer ao mundo que vamos entrar no clube dos produtores de petróleo. O “ouro negro” ainda está no fundo do mar, mas é nosso!

Posso estar errado, mas na área familiar, da saúde e educacional, o Brasil está de morro a baixo. E o que é pior, deitado em berço esplêndido.

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