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Dúvidas de ordem política

Como brasileiro e eleitor em Uberaba, não me satisfez nem me trouxe esperança alguma de melhoria política, a nova lei que aumenta o número de vereadores das nossas cidades

Dom Benedicto de Ulhôa Vieira
Publicado em 08/10/2009 às 20:55Atualizado em 20/12/2022 às 10:11
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Como brasileiro e eleitor em Uberaba, não me satisfez nem me trouxe esperança alguma de melhoria política, a nova lei que aumenta o número de vereadores das nossas cidades. Uberaba, por exemplo, vai poder eleger maior número de gente para a Câmara de Vereadores. A nova permissão dá a impressão injusta de que a Câmara não está conseguindo servir o Município e, por isto, precisam pletoricamente de novos membros para conseguir melhor servir o povo.

Pelo menos na nossa cidade, tenho a impressão, pelas notícias diárias que leio nos jornais daqui, de que os atuais legisladores têm sido eficientes e responsáveis pelo bem da cidade. Alguma falha aqui ou ali não é de se assustar; é contingência. Se a Câmara tem sido atenta aos problemas urbanos e é eficiente, por que maior número de vereadores? Não sei se é obrigatório aumentar o número de membros do legislativo ou se é facultativo. Não me parece necessário tal aumento.

Outro ponto que me deixa “anceps” é o de pessoas que gozam de reputação equilibrada e normal, inscreverem-se no Partido Comunista. Não conheço os estatutos atuais desta agremiação política, mas todos sabem, de longa data, que historicamente, onde o citado Partido conquista o poder, a liberdade democrática cessa e – pior ainda – a liberdade religiosa. O que já não são tão jovens devem lembrar-se da Polônia e de outros países da Europa Oriental, em que o P.C. deteve o poder político por largo tempo e a liberdade ficou prejudicada. Mesmo agora, veja-se a China e mesmo Cuba. Há liberdade total em ambas?

Faço-me a pergunta: será que hoje o P.C. estaria radicalmente convertido para a democracia? Há uma nódoa histórica de totalitarismo, que não se sabe se foi totalmente corrigida e sanada. A preocupação pois, é justa, à luz de fatos recentes.

O que se deve exigir é que o atual Partido Comunista tenha a obrigação de expor claramente sua filosofia política atual, bem como seu programa de ação. Do contrário, fica difícil aceitar seus candidatos como participantes de um regime democrático.

Como cidadão comum, coloco as duas reflexões acima expostas para que, antes das próximas eleições, possa o eleitor ter a necessária clareza para escolher o que for melhor para o exercício democrático de nossa cidade e de nosso país.

(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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