Todos sabemos que “dies dominica” significa “dia do Senhor”. Como na lei do Velho Testamento havia, por determinação divina, o sétimo dia da semana – sábado – como dia de descanso
Todos sabemos que “dies dominica” significa “dia do Senhor”. Como na lei do Velho Testamento havia, por determinação divina, o sétimo dia da semana – sábado – como dia de descanso, dedicado à oração e ao culto de Javé, no Novo Testamento temos o domingo, isto é, o dia especial para nos colocarmos diante de nosso Deus, dedicando-nos ao culto divino.
Por isto o domingo é um dia de nos abstermos dos trabalhos pesados e nos dedicarmos ao culto latrêutico de Deus. Esta práxis é dos tempos apostólicos, por ser o primeiro dia da semana – o domingo – o dia da gloriosa ressurreição de Jesus Cristo. Dia, portanto, santificado.
A vida moderna tem exigências que invadem o domingo, dia de descanso, e obriga muitos cristãos a trabalharem. Como, por exemplo, tirar os meios de transporte no domingo? Fechar os hospitais e as farmácias? O mesmo se dá com as casas de lanche e os restaurantes.
Para estes que, por dever de atendimento ao povo, não podem deixar o trabalho, que é necessário para grande número de cidadãos, a Igreja, compreensível como mãe, concedeu a permissão de celebração de missas de preceito também nas tardes dos sábados, o que antes não havia, como sabemos todos os mais velhos.
Mas, ao lado destas exigências da vida moderna, há muitos – muitíssimos! – que, mesmo com as facilidades religiosas atuais, desleixadamente não cumprem seus deveres religiosos, sobretudo a participação na missa, sem se lembrarem de nosso Deus, indiferentes e despreocupados. Muitos só se lembram de Deus, criador e pai, nos momentos de provação e de dificuldades. Triste!
Convém insistir com quem ainda guarda uma tênue lembrança de Deus e uma bruxuleante chama de amor ao Criador, que Deus é amor e que, tendo-nos criado por imensa misericórdia, tem o direito de ser lembrado, amado e cultuado. Este direito de Deus gera no ser humano a obrigação indispensável de amá-lo e servir-lhe com filial amor.
O domingo é, sem dúvida, dia de descanso, de conveniência familiar, de relacionamentos amigos, mas é – antes de tudo – o Dia do Senhor. O sentimento mais grosseiro e brutal no coração humano é a ingratidão. Não sejamos assim com nosso Deus, que é pai e, por isto, merece nosso amor e nosso serviço. Amor, não de palavra, mas de ação e de verdade.
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro