ARTICULISTAS

De novo, as redes sociais

Há muito, tenho falado, como educadora

Terezinha Hueb de Menezes
Publicado em 14/04/2013 às 13:34Atualizado em 19/12/2022 às 13:39
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Há muito, tenho falado, como educadora, das maravilhas e das armadilhas das redes sociais e da internet como um todo.

Considero a internet uma das maiores invenções tecnológicas de todos os tempos. Acabaram as distâncias. Mecanismos incríveis possibilitam a comunicação entre os povos, entre as pessoas.

Pelo Facebook, reencontrei ex-alunos queridos, há muito, muito tempo perdidos de mim e eu deles. E constitui grande alegria, depois de tanto tempo, saber de suas vidas, ao mesmo tempo em que acompanham a minha.

Há mensagens alentadoras, há postagens repletas de beleza visual, há lembranças e saudades evocadas, há peças poéticas e musicais que nos inebriam a sensibilidade, há notícias interessantes, há meios de mobilização social, para os casos em que a sociedade deve agir.

Mas, infelizmente, existe o outro lad pessoas que se utilizam das redes sociais para fazer ameaças, claras ou de forma indireta; que utilizam linguagem chula, com palavras de baixo calão; que denigrem a imagem de conhecidos e até de desconhecidos; que espalham notícias desabonadoras, em várias situações, inventadas; que fazem questão, em muitos casos, de postar imagens pornográficas, na despreocupação com a idade dos que as possam acessar; e, pior: pedófilos que utilizam as redes sociais para aliciar menores, explorar e divulgar imagens comprometedoras, muitas vezes com intento comercial.

Tenho dito sempre que a internet é um universo aberto e se tornou mecanismo indispensável em todos os lares. E aí está o perig existem pais que nada entendem de computador; existem pais que confiam plenamente nos filhos e filhas menores, acreditando que os acessos à internet cumprem simplesmente a função de promover pesquisas escolares, com isso permitindo que permaneçam no computador até altas horas: dormem, assim, tranquilos, elogiando a dedicação dos filhos aos estudos, felizes, ainda, por os manterem em casa. Pobres pais ingênuos (ou que se fazem de ingênuos): para completar, facilitar e alegrar ainda mais a vida dos filhos, acrescem os outros sofisticados aparelhos que tudo podem: iPhone, smartphone, muitos deles 3G, e tantos mais mecanismos tecnológicos. Tudo maravilhoso.

O problema não está em todas as facilidades a alegrias que tais aparelhos e mecanismos proporcionam, mas sim no seu uso indiscriminado, tantas vezes de forma inconveniente, inoportuna, desnecessária, incorreta e perniciosa.

Que o digam as escolas, com a parafernália gerada durante as aulas, alunos, disfarçadamente, burlando a atenção do professor para mergulhar no mundo virtual. Para as instituições escolares – afirmo que em todas ou em quase todas – o uso do celular (com todas as suas ramificações) tem sido o grande e comprometedor empecilho para a atenção do aluno e, consequentemente, para o acompanhamento das matérias e de sua aprendizagem.

É uma pena que meio tão eficaz, tão atraente para o que é válido – com lugar, tempo e acessos apropriados – nas mãos de muitos, principalmente das crianças e dos jovens – tenha-se tornado foco de dissipação e de perigo.

(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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