Crianças e adolescentes sofrendo depressão... Crianças e adolescentes sofrendo transtorno obsessivo compulsivo... Crianças e adolescentes...
Crianças e adolescentes sofrendo depressão... Crianças e adolescentes sofrendo transtorno obsessivo compulsivo... Crianças e adolescentes sendo explorados pela mídia...
Crianças e adolescentes sendo violentadas de várias formas, pelas pessoas em quem confiam.
Crianças sendo educadas inadequadamente...
E a alegria que deveria ser natural na infância?
E as brincadeiras saudáveis e o desenvolvimento sem traumas dos meninos e meninas?
E a proteção e o cuidado da família?
A depressão é associada ao suicídio nos jovens, sendo a terceira causa de morte da juventude.
A depressão – desordem mental em que a pessoa se apresenta com o humor deprimido, perda do interesse ou do prazer, sentimentos de culpa, sentimentos de baixa auto-estima, distúrbios do sono e do apetite, baixa-concentração, falta de energia – pode tornar impossível a atuação do indivíduo no cotidiano e, se não tratada, levar ao suicídio. Crianças e jovens que desenvolvem depressão podem ter uma história familiar de desordem envolvendo fatores físicos ou psicológicos, tais como problemas genéticos, maus tratos, abandono, perdas, discriminação, desafeto... Dados oficiais dos EEUU apontam que uma em 33 crianças e um em 8 adolescentes sofrem depressão. Um dos desafios contemporâneos da Psicologia, da Psiquiatria e dos serviços de saúde é detectar as causas biopsicossociais da depressão infantil. Alguns dos principais fatores causadores da desordem provocadora das situações depressivas são as relações parentais desestruturadas, cobranças excessivas e a falta de tempo livre, também na população brasileira. Estudos atuais mostram o aumento constante de casos de depressão infantil e juvenil e vários trabalhos têm se dedicado a esclarecer e a quantificar as causas da depressão na infância e na juventude. Esta preocupação não é apenas recente. Freud, Melanie Klein e o médico inglês Winnicott, estudioso dos flagelos gerados pela separação de pais e filhos na Segunda Grande Guerra, fizeram muitos herdeiros entre os profissionais de saúde mental e educação no que diz respeito a suas idéias sobre as relações e consequências que se estabelecem entre pais e filhos ou entre a família e o sujeito, com relação à gênese da depressão e outros sintomas infantis. Na Finlândia, Kaisa Anola e Jarik Erik Nurmi, da Universidade de Jyvaskyla, retomaram estudos sobre uma corrente que investiga a tríade afeto, controle comportamental e controle psicológico por parte dos pais sobre as crianças, quantificando sintomas de internalização (depressão) ou distúrbios de comportamento externo (agressividade, inadequação no aprendizado). Outro estudo abrangente, da Universidade do Texas e de Washington, intitula-se “Depressão juvenil no contexto familiar: fatores familiares de risco e modelos de tratamento” e foi publicado na revista Clinical Child and Family Psychology Review. Finalmente, uma pesquisa feita na Austrália, publicada na European Child e Adolescent Psychiatry apresenta os resultados da aplicação do Self-Efficacy Questionnaire for Depression in Adolescents, em adolescentes deprimidos, constituinte de dois projetos para tratamento de depressão em jovens australianos.
O que é muito importante no momento?
Muito importante é a união de esforços envolvendo familiares e políticas de saúde que tratem e principalmente cuidem da prevenção da depressão em jovens e crianças. Este distúrbio afeta a vida presente e futura tanto do indivíduo quanto da família e da sociedade, pelo sofrimento e gastos econômicos gerados.
(*) psicóloga clínica