A McLaren número quatro em ação nas ruas do principado (Foto/Reprodução)
Lando Norris vence em Mônaco e conquista sua segunda vitória na temporada.
Norris venceu em Monte Carlo sob a nova regra de pneus e pit stops. Saindo da pole, caminhou com facilidade para a vitória — algo comum nessa pista. Leclerc foi o segundo, e Piastri completou o pódio.
Sonhos. Normalmente, todos os pilotos que chegam à categoria máxima carregam consigo três sonhos: o primeiro é se tornar campeão mundial; o segundo, vencer em Mônaco; e o terceiro, um dia pilotar pela Ferrari. E Lando realizou um desses sonhos neste domingo. Ele não se continha de felicidade após descer de seu McLaren número quatro. Naquela salinha antes do pódio, confidenciou aos companheiros ali presentes que havia realizado um de seus grandes sonhos.
Inesperado. Há tempos, a classificação em Monte Carlo tem sido muito mais emocionante do que a corrida — e não foi diferente desta vez. O favorito para a pole era Charles Leclerc, que dominou os três treinos anteriores e literalmente se sentia em casa nesta pista.
Após Leclerc marcar 1m10s063, todos consideravam que a pole era dele. Mas o sonho desmoronou nos momentos finais, com Norris cravando 1m09s954 em uma terceira tentativa, surpreendendo a todos — já que ele havia feito uma volta rápida pouco antes. Os carros da McLaren foram os únicos a conseguirem três tentativas na Q3.
Penalização. A classificação terminou com Norris e Leclerc na primeira fila; Piastri e Hamilton na segunda; Verstappen e um surpreendente Hadjar na terceira. Alonso e Ocon formaram a quarta fila, com Lawson e Albon completando os dez melhores. Ocon e Lawson também foram surpresas. Posteriormente, a FIA divulgou uma punição para Hamilton por ter atrapalhado Max ainda no Q1. Lewis caiu do quarto para o sétimo lugar, promovendo Max, Hadjar e Alonso uma posição cada.
Nova regra. Os organizadores da corrida adotaram uma nova regra para esta edição, após a “procissão” em que se transformou o GP do ano passado. Após uma bandeira vermelha ainda no fim da primeira volta, todos os pilotos realizaram a troca obrigatória de pneus durante a paralisação e, no restante da corrida, mantiveram um ritmo conservador, sem trocas de posição. A nova regra instituiu a obrigatoriedade de duas trocas de pneus ao longo da prova.
Sem efeito. Na prática, a nova regra não ajudou muito no espetáculo. Os quatro primeiros colocados largaram e chegaram nas mesmas posições. O que deveria ser uma guerra de estratégias virou uma tremenda palhaçada. A Racing Bulls foi a primeira a adotar uma tática que acabou prejudicando os pilotos que estavam atrás.
A Williams seguiu a mesma estratégia. Verstappen tentou algo diferente após sua primeira parada, apostando em um Safety Car ou nova bandeira vermelha, e só fez sua segunda troca na última volta — sem sucesso. Russell perdeu a paciência com a lentidão de Albon à sua frente, cortou a chicane após o túnel para ultrapassá-lo e foi punido com um stop and go.
Felizes. Hamilton largou em sétimo e terminou em quinto, o que foi ótimo, dadas as circunstâncias. Beneficiou-se do abandono de Alonso e da Racing Bulls, que abdicou da quinta posição de Hadjar para realizar sua estratégia de duas paradas antecipadas, com o apoio de Lawson. Apostaram em um Safety Car que nunca veio. Pelo menos, pela primeira vez nesta temporada, a equipe classificou seus dois carros entre os dez melhores. Ocon salvou a Haas ao terminar em sétimo, mas vê a segunda equipe taurina se aproximar na tabela de construtores.
Com essa vitória, Norris certamente aumenta sua confiança e vai complicar a vida de Piastri no campeonato. Sua desvantagem para o companheiro caiu para apenas três pontos.
Paradoxo. Na opinião do público e da maioria dos pilotos, a nova medida de duas paradas em nada ajudou a corrida no Principado. É curioso o fato de essa etapa ser a mais importante da F1 e, ao mesmo tempo, uma das mais monótonas. Menos para o vencedor, claro. Mônaco, Le Mans e as 500 Milhas de Indianápolis são as três corridas mais prestigiadas do automobilismo — e apenas o inglês Graham Hill venceu todas até hoje.