Futebol, fé e formação
No último sábado (14), a Escolinha de Futebol do Professor Wander, que há anos atua em comunidades vulneráveis de Uberaba, realizou um dia de treinos diferente. Em uma chácara que deve se tornar a futura sede do Instituto mantenedor, crianças e seus pais participaram de momentos de recreação, oração e reflexão. A iniciativa vai além do esporte: aposta na família como peça-chave na formação de valores, em tempos em que a violência ronda nossos espaços educativos.
Fotos: Marta Mello
Virtudes contra o medo
Ao lado das crianças e suas famílias, Wander lançou um apelo contundente: é urgente reconstruir o espaço escolar como território de paz. Emocionado, destacou virtudes que parecem esquecidas na correria dos dias atuais – amor, paciência, mansidão, domínio próprio – mas que, quando cultivadas, transformam ambientes. Mais do que uma fala de fé, foi um chamado pedagógico para que famílias e escolas reencontrem seu papel formador.
Laicidade, sim. Cegueira, não.
Não há incompatibilidade entre laicidade do Estado e promoção de valores que nascem da tradição cristã. Amor ao próximo, paz, alegria e fidelidade não pertencem a uma religião, mas à humanidade. Quando escolas banem a dimensão espiritual da convivência, por medo ou preconceito, abrem espaço para o vazio que a violência tão bem preenche. Uberaba precisa de mais iniciativas como essa – com coragem, sensibilidade e compromisso com o bem comum.
Diversidade que ensina e transforma
Na última sexta-feira (13), alunos do 5º período de Direito da Unipac Uberaba, Maysa e Luiz, promoveram uma atividade especial sobre Diversidade e Povos Originários com estudantes do 9º ano da Escola Estadual Minas Gerais. A ação, marcada por diálogo e respeito às diferenças, reforça o papel da educação jurídica na promoção de inclusão, tolerância e cidadania desde cedo. Falar de diversidade é, também, construir pontes para a paz.
Povos originários e o direito de existir
Num tempo em que o preconceito ainda fere as salas de aula, a abordagem respeitosa e crítica sobre os povos indígenas, feita pelos universitários da FUPAC (Unipac de Uberaba), amplia horizontes e combate estigmas. Mais do que aula, foi uma experiência de humanidade. Mostrar às novas gerações que toda cultura tem valor é um passo essencial para tornar nossas escolas espaços mais saudáveis, seguros e verdadeiramente democráticos.
Fotos: Glays Marcel Costa
Água e consciência nas escolas
Com números expressivos no primeiro semestre, os programas de educação ambiental da Codau mostram que é possível ensinar valores com leveza e impacto real. Só a “Turma da Clarinha” alcançou mais de 4 mil crianças em atividades lúdicas e formativas sobre preservação da água. Ao cultivar o respeito à natureza desde a infância, a Codau contribui com a construção de uma cidade mais consciente, sustentável – e pacífica.
Educação ambiental como política de paz
Projetos como “Óleo com Bons Olhos” e “Visitas Monitoradas” revelam que a educação ambiental é também uma educação para o bem comum. Ensinando crianças e jovens a cuidar da água, a Codau promove uma cultura de responsabilidade coletiva, combate o desperdício e previne conflitos futuros. A preservação ambiental, afinal, começa na escola – e é parte essencial da paz que tanto buscamos.
Crime à frente do Estado
Enquanto o Ministério da Justiça e o Congresso debatem soluções no plano institucional, a criminalidade brasileira opera com um dinamismo que deixa o Estado permanentemente em desvantagem. A recente apreensão de um semissubmersível no Pará, ligado a rotas internacionais de tráfico, expõe como as facções abandonaram o improviso e adotaram estratégias de cartel globalizado. A resposta institucional, no ritmo de comissões e discursos, parece não acompanhar a velocidade das rotas do crime.
Bilhões apreendidos, trilhões operando
O governo comemora um crescimento de 70% na descapitalização do crime organizado, somando R$ 5,6 bilhões em 2024. Mas esse número é engolido por estimativas que apontam um faturamento superior a R$ 300 bilhões apenas com o tráfico de cocaína. Com infiltração em setores legais da economia, de fintechs a imóveis, e domínio de ferramentas como criptomoedas e IA, o crime avança silencioso — e legalizado. A repressão, embora necessária, parece brigar com uma sombra que já virou estrutura.
O crime híbrido e a fragilidade digital do Brasil
A era do crime híbrido chegou, e o Brasil segue vulnerável. Facções criam seus próprios bancos paralelos, comandam redes de golpe digital com contas laranja, exploram lacunas do PIX e lavam bilhões em tempo real. A ausência de uma regulação eficiente sobre fintechs, criptomoedas e dados pessoais facilita esse novo cangaço tecnológico. Enquanto isso, o roubo de celulares — 937 mil em 2023 — abastece centrais criminosas. A guerra contra o crime exige mais que força: exige inteligência e modernização urgente do aparato estatal.
Rock e solidariedade em alta rotação
O Dino’s Rock 2025 encerrou sua 7ª edição neste sábado (14) com público expressivo e arrecadação recorde de alimentos para instituições assistenciais de Uberaba. Ao unir motociclismo, música e responsabilidade social, o festival consolidou-se como um dos eventos culturais mais relevantes da cidade, atraindo centenas de motociclistas e simpatizantes ao Parque Fernando Costa. A adesão do público foi proporcional à energia das bandas e à nobreza da causa.
Motoclubes e cultura que transformam
O tradicional bonde até Peirópolis, com centenas de motos e apoio da Guarda Civil Municipal e da Polícia Rodoviária Federal, reforçou o espírito de união que marca o Dino’s Rock. Além da emoção sobre duas rodas, o evento lançou camiseta oficial com renda revertida para causas sociais, fortalecendo seu compromisso com o bem coletivo. Uberaba mostra, mais uma vez, que cultura e mobilização social podem – e devem – andar lado a lado na construção de uma cidade mais solidária. A ABCZ foi palco de grandes emoções e segundo o presidente da Fundação Cultural de Uberaba, Cássio Facure, Uberaba pode esperar ainda mais das próximas edições do Dino’s Rock, que este ano também contou com o apoio do Geoparque.
Foto: Reprodução/Instagram/@dinosrock
Luto
Faleceu neste sábado, em Uberaba, o médico, professor, empresário e líder agropecuarista Dr. João Gilberto Rodrigues da Cunha. Reconhecido internacionalmente pela seleção da raça zebu e ex-presidente da ABCZ, João Gilberto também marcou a medicina regional com ética e compromisso. Articulista do Jornal da Manhã, deixa um legado de excelência e contribuição intelectual que ultrapassa gerações.
Frase
"A educação é um ato de amor e, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa".
(Paulo Freire)