Alunos protocolam propostas para COP30 na Câmara
Cerca de 125 estudantes do 9º ano da Escola Municipal Uberaba transformaram a Câmara em palco de cidadania climática na manhã de terça-feira (17). Mediados pela vereadora Rochelle Gutierrez (PDT), presidente da Comissão de Educação, e pelo professor Pedro Mangolini Neves, apresentaram projetos legislativos inspirados na COP30 – conferência da ONU que Belém (PA) sediará em 2025. Como resultado direto, Rochelle comprometeu-se a encaminhar as propostas ao Executivo e ao Legislativo municipal, convertendo ideias estudantis em possíveis políticas públicas. A iniciativa simboliza a força da voz jovem na agenda ambiental local.
Legislativo como sala de aula
A visita à Câmara de Uberaba transcendeu o tour cívico: foi uma aula prática de democracia ambiental. Enquanto conheciam o Paço Municipal e o Plenário, os alunos aprenderam sobre processo legislativo com a vereadora-professora Rochelle Gutierrez, que defendeu "a importância de discutir os problemas ambientais partir da realidade local". O professor Pedro Mangolini Neves destacou a combinação inédita de educação cívica e ambiental, onde estudantes diagnosticaram problemas e propuseram soluções, tornando-se agentes de transformação.
(Fotos/François Ramos)
Ponte entre Uberaba e a COP30
O evento antecipou o papel do Brasil na COP30 ao vincular o debate amazônico à realidade municipal, regional e nacional. Rochelle Gutierrez enfatizou que sediar a conferência na floresta exige engajar cidades de todo o país no processo: "Esses jovens mostram que sustentabilidade começa com ação local". As propostas dos alunos – agora em trâmite oficial – servem como termômetro para a preparação de Uberaba à agenda climática global e às diretrizes que emergirem na conferência da ONU.
Romaria prestigiada em Brasília
Enquanto Uberaba ainda busca retomar protagonismo político após não eleger deputados federal e estadual em 2022, a região aos poucos vai se desgarrando e quem se move com desenvoltura neste processo é Romaria. A cidade-polo da fé integrou uma comitiva que foi à capital federal, para buscar apoio a demandas regionais. O Padre Márcio Ruback junto com outros representantes do Santuário da Abadia da Água Suja e o vereador Fábio Bimbim, foram recebidos com honras pela deputada Dandara (PT), que tem abraçado causas que unem cultura, meio ambiente e fé. Também esteve presente na reunião o secretário municipal de Cultura de Monte Carmelo, André Faleiros.
Dandara na fita!
A deputada Dandara consolidou-se como aliada da comitiva romariense que foi a Brasília buscando recursos e ações para uma cidade que já esteve sob forte influência de lideranças de Uberaba, hoje sem representante local na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa (BH). Além de garantir R$ 500 mil para o Parque Botânico Rainha do Cerrado e articular agendas com órgãos federais, ela tenta ampliar sua base no Triângulo Mineiro. Por aqui ela já conta com a simpatia do vereador China (PCdoB), opositor da prefeita Elisa Araújo. É um movimento claro: a parlamentar de Uberlândia já planta alianças com os olhos voltados para 2026.
(Foto/Divulgação)
Uberaba observa o tabuleiro se mover
Com Uberaba fora do Congresso e da ALMG, cresce a influência de parlamentares vizinhos em temas estratégicos da região. Dandara, por exemplo, comprometeu-se a viabilizar melhorias na Rodomaria — rota de romeiros pela BR-365 — e a proteger bens históricos e expressões como o Congado e o Reinado. Fé e patrimônio viram pauta legislativa e, ao mesmo tempo, elo com as bases. Romaria colhe frutos enquanto Uberaba observa — e ganha mais um motivo para refletir sobre o excesso de nomes que surgem para 2026: Será que a Terra do Zebu vai, mais uma vez, ficar sem representantes locais em Brasília e na ALMG?
Moção com nome e dor
A Câmara de Uberaba aprovou na tarde de ontem (17/6), com a unanimidade dos vereadores votantes, a Moção de Apoio ao PL 2325/24, que propõe ampliar o tempo máximo de internação para adolescentes que cometem atos infracionais graves. A iniciativa ganhou peso com o relato da Dra. Marisa Agrelli, tia de Melissa Campos, jovem de 14 anos brutalmente assassinada por colegas menores. A comoção virou apelo direto por mudanças no ECA — e a cidade, um epicentro do debate que leva a sociedade a refletir sobre justiça.
Infância não é impunidade
A iniciativa defendida pelo vereador Cabo Diego Fabiano (DC) e subscrita por outros 14 parlamentares, toca em uma ferida nacional: a convicção da impunidade como retribuição estatal aos crimes bárbaros cometidos por menores. A pena de até três anos, com revisões semestrais, “soa insuficiente diante de assassinatos premeditados e do crescente registro de feminicídios em todo o país”, frisou o autor da Moção, para quem responsabilizar com proporcionalidade é diferente de punir com crueldade — e esse equilíbrio precisa, urgentemente, de um novo marco legal. Aliás, esse é um objetivo agora perseguido pela família de Melissa Campos. A Dra. Marisa Agrelli sensibilizou a todos os vereadores ao falar da dor e do sentimento de impunidade ante à barbárie praticada pelos assassinos de sua sobrinha.
(Foto/Rodrigo Garcia/Decom/CMU)
Uberaba, de luto e em alerta
A unanimidade registrada entre os vereadores votantes revela que, apesar das divergências partidárias, há um consenso crescente: o Estatuto da Criança e do Adolescente precisa dialogar com a realidade. A Moção aprovada pela Câmara de Uberaba será encaminhada ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), com pedido de urgência na tramitação do PL 2325/24, de autoria do deputado Delegado Ramagem (PL). A proposta altera o ECA para aumentar de 3 para 8 anos o tempo máximo de internação para menores que cometam atos infracionais graves, como homicídios e estupros.
Mais tempo para punir — e proteger
Além da ampliação do tempo de internação, o PL 2325/24 também eleva de 21 para 26 anos o prazo de liberação compulsória, permitindo que o jovem infrator permaneça sob custódia se ainda representar risco à sociedade. A proposta já passou pela Comissão de Segurança Pública e vem ganhando apoio em cidades impactadas por crimes violentos cometidos por adolescentes. Uberaba agora entra oficialmente nessa pauta nacional.
Da tribuna ao pátio: a faca na cintura
O sentimento de impunidade, tão presente nos discursos que embasaram a Moção de Apoio ao PL 2325/24 na Câmara de Uberaba, parece alimentar a escalada da violência nas escolas. Na terça-feira (17), uma adolescente de 13 anos foi flagrada com uma faca na cintura dentro de uma instituição de ensino estadual. Alegou que levava a arma para se proteger de uma colega que a ameaçava — sem qualquer intervenção da direção. Quando o medo ocupa o lugar da confiança e a omissão substitui a autoridade, o diálogo desaparece, a faca vira escudo — e o caminho se abre para a tragédia.
ECA precisa sair da bolha
Casos como esse, em que uma estudante, ainda adolescente, leva faca para a escola por medo de apanhar, evidenciam um colapso nas estruturas de proteção. A violência entre menores exige resposta concreta, inclusive jurídica. Rever o Estatuto da Criança e do Adolescente não significa uma manobra política para criminalizar a juventude, mas adaptar a lei a uma geração que, por vezes, se envolve em crimes com maturidade perversa — e que cobra do Estado uma autoridade que ele hesita em exercer.
Colorado no limite
Enquanto torcidas de gigantes como Flamengo, Palmeiras, Fluminense e Botafogo digerem as expectativas do Mundial da Fifa, os torcedores do Uberaba Sport enfrentam uma aflição mais concreta: o risco iminente de rebaixamento no Campeonato Mineiro Módulo II. Neste sábado (21), o Colorado joga a sobrevivência contra o Mamoré, no Parque do Sabiá, em Uberlândia. A perda de mando — imposta pela FMF após invasão de campo no Uberabão — agrava o que já seria uma missão delicada.
Mais que futebol: reflexo de uma gestão em crise
Com apenas oito pontos em nove rodadas, o USC precisa de uma vitória simples para escapar da Terceira Divisão. A crise técnica se soma a falhas administrativas reincidentes, refletidas em punições, instabilidade e descrédito junto à torcida. O cenário esportivo de Uberaba, já enfraquecido, exige mais do que paixão: pede planejamento, profissionalismo e coragem para romper com os erros que aprisionaram o Colorado no rodapé da tabela. Por ora, resta torcer para que raça e sorte se manifestem — e evitem um novo rebaixamento.
Frase
"A punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus". (Platão)