QUALIDADE

Veterinária da Fazu tem 67% de mulheres e interesse por grandes animais cresce entre elas

Publicado em 23/06/2025 às 09:14
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O número de mulheres atuando na agropecuária tem crescido, especialmente na Medicina Veterinária. Um dos fatores que impulsiona essa presença é a formação profissional de qualidade. Na Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba), por exemplo, 67% dos estudantes de Veterinária são mulheres. Outro destaque é o interesse cada vez maior das alunas por animais de grande porte, como bovinos, equinos, suínos e ovinos.

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), dos 254.085 médicos veterinários inscritos no sistema CFMV/CRMVs, 140.189 são mulheres, representando uma parcela de 55,17%.

“Historicamente, era uma profissão majoritariamente masculina, especialmente nas áreas de grandes animais. Hoje, vemos cada vez mais mulheres não apenas ocupando essas vagas, mas se destacando com competência, sensibilidade e dedicação”, analisa a professora do curso de Medicina Veterinária da Fazu, Paloma Coutinho. “A dedicação é visível, seja na contenção, nos manejos sanitários ou nas práticas reprodutivas. Muitas vezes, mostram até mais atenção aos detalhes, o que é essencial na área. Isso só reforça que o comprometimento não tem gênero, e sim atitude”.

Paloma Coutinho ao lado do rebanho que integra o Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (Foto/Divulgação)

Paloma Coutinho ao lado do rebanho que integra o Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (Foto/Divulgação)

Mestre em Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais, Paloma também é a médica veterinária responsável pelo Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A prova do PNAT é realizada dentro da Fazenda Escola da Fazu e conta com um número expressivo de estagiárias.

Laura Marquez, aluna da Fazu e estagiária do PNAT, destaca ainda que a mudança de cenário servirá de inspiração para as futuras gerações, corroborando com a quebra de estigmas dentro e fora da profissão. A estudante explica que o seu amor pelos animais de grande porte sempre existiu; contudo, ela enxergou a necessidade de se capacitar. “Estagiei no programa no ano passado e, neste ano, estou pela segunda vez participando, agora como bolsista. O PNAT oferece um ambiente de muito aprendizado, onde temos contato direto com os técnicos da ABCZ, criadores de várias regiões do Brasil e diferentes realidades da pecuária”, explica Laura.

Beatriz Katsuda, que é filha de pecuarista, conta que optou pela Medicina Veterinária para ter embasamento suficiente para colaborar com o negócio da família. "Quero estar presente ainda mais no crescimento do nosso projeto para melhorar a pecuária brasileira. Para mim, estar no estágio do PNAT é uma honra, é aprender e entender, processo por processo, de uma grande paixão. Desde muito nova eu já lido com animais de grande porte então, para mim é comum, mas queria entender o trabalho por trás do melhoramento genético da pecuária brasileira e análise dos touros jovens."

Com os conteúdos aprendidos em aula e no PNAT, Anna Renata perdeu o medo dos animais de grande porte (Foto/Divulgação)

Com os conteúdos aprendidos em aula e no PNAT, Anna Renata perdeu o medo dos animais de grande porte (Foto/Divulgação)

Outra aluna do curso, Anna Renata Borges, também sempre gostou de animais e viu potencial no segmento da produção. "No começo confesso que deu um certo medo, porque são animais com muita força e com os quais eu não tinha costume, mas com o tempo e com orientação a gente vai pegando mais confiança. Acho que o mais importante é ter respeito pelo animal e saber os limites tanto nossos quanto os deles”, narra a aluna.

A estudante ressalta ainda que está sendo muito gratificante ser uma mulher aprendendo com outras mulheres. Além da professora Paloma, o PNAT conta com a coordenação de Juliana Paschoal, doutora em Qualidade e Produtividade Animal. “A participação das mulheres nos testes de desempenho e eficiência alimentar tem crescido a cada ano e o resultado tem sido surpreendente. Com organização, comprometimento, liderança e proatividade, elas têm contribuído de forma decisiva para o sucesso de nossas provas. Elas fazem toda a diferença!”, finaliza Juliana.

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