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Problemas de infertilidade? Especialista aponta principais causas e tratamentos

Joanna Prata
Publicado em 29/06/2025 às 15:41
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A infertilidade atinge cerca de 15% dos casais, e esse número tende a crescer com a decisão cada vez mais comum de adiar a maternidade (Foto/Divulgação)

A infertilidade atinge cerca de 15% dos casais, e esse número tende a crescer com a decisão cada vez mais comum de adiar a maternidade. O alerta é da ginecologista Mariana Kefalás, especialista em reprodução humana assistida. Segundo ela, o adiamento dos planos de ter filhos é um dos principais fatores que elevam os índices de dificuldade para engravidar. “Hoje está aumentando mais ainda por conta dessa questão de postergar a maternidade”, afirma.  

Entre os fatores femininos, Kefalás destaca o impacto da reserva ovariana. “A gente nasce com uma quantidade predeterminada de óvulos e esses óvulos vão sendo consumidos ao longo dos anos. Cada ciclo menstrual consome mais ou menos 1000 folículos por mês”, explica. Para ela, o envelhecimento dos óvulos é determinante nas dificuldades de gestação. “Os óvulos de 40 anos já são óvulos que sofreram 40 anos de interferências do meio, e o envelhecimento contribui para a dificuldade”, pontua. 

Sobre os tratamentos disponíveis, a especialista aponta os prazos recomendados antes de procurar ajuda especializada. “Depois dos 35, a gente só espera 6 meses (para indicar tratamento). Antes dos 35, a gente espera um ano de tentativa”, explica Em casos mais complexos, ela menciona alternativas como o exame genético do embrião. “O que se tem hoje é fazer uma biópsia do embrião antes dele ser implantado no útero”, procedimento indicado especialmente para pacientes de mais idade ou com aborto de repetição.  

A especialista também reforça a importância da avaliação da fertilidade masculina. “30-40% é de causa feminina, 30-40% é de causa masculina e 20% os dois vão ter problema”, quantifica. Segundo Mariana Kefalás, o espermatozoide se renova a cada 90 dias no testículo, mas sofre influência direta do ambiente. “O ambiente testicular vai ficando mais suscetível ao estresse do meio”, alerta, citando como fatores de risco como sedentarismo, obesidade, tabagismo, alcoolismo e uso de drogas.  

Quando o problema está no embrião, a causa pode ser genética. Mariana Kefalás explica que “alguns indivíduos carregam algumas mutações genéticas e podem ter alterações em cromossomos que, na hora que junta com o do parceiro, leva às vezes algum cromossomo errado, uma mensagem errada e às vezes não evolui o embrião” explicou. Nesses casos, é possível também fazer a biópsia pré-implantacional para selecionar o embrião que não carrega aquele problema.  

Por fim, a médica comenta os avanços e os limites dos tratamentos, além dos impactos do estilo de vida moderno. “Hoje já tem mais de 15 anos de óvulos criopreservados”, contou. Ela lembra que a reprodução assistida não é coberta pelo SUS e que o Conselho Federal de Medicina exige que a doação de óvulos seja altruísta. “A gente não pode comprar, mas pode fazer uma doação compartilhada”, completa. Sobre o cotidiano atual, faz um alerta: “Tudo o que você compra que está lá na bancada do supermercado, na lata, tem conservante, estabilizante.” Destaca ainda os bisfenóis como substância preocupante: “Uma substância que vem ali muito em plásticos, em maquiagem, e eles têm ação muito parecida com o hormônio feminino ou masculino.” E conclui com um conselho direto: “O tempo não para. E realmente o que se a opção é uma gestação tardia invista em preservação da fertilidade." 

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