Lembram-se, por certo, os que acompanham as notícias da Igreja, que no ano passado o Santo Padre estabeleceu para o clero católico um ano sacerdotal. A ocasião era propícia porque se estavam comemorando 150 anos da morte do humilde santo protetor do padre diocesano – São João Maria Vianney, pároco da pequenina cidade de Ars na França.
No encerramento do Ano Sacerdotal, estiveram presentes em Roma quinze mil sacerdotes do mundo todo, inclusive um grupo de jovens sacerdotes de nossa Arquidiocese de Uberaba.
Num clima de más notícias sobre o procedimento lamentável de expressivo número de sacerdotes, que em muitos lugares do mundo, vinham manchando a nossa reputação pela prática condenável de verdadeiros escândalos, o Papa aponta-nos o ideal de nossa sublime vocação sacerdotal, à luz do exemplo de São João Maria Vianney, nosso patrono.
O Ano Sacerdotal encerrou-se na festa do Coração de Jesus que é tradicionalmente o “dia da santificação sacerdotal”. Bento XVI recorda que é do coração do Filho de Deus que tem origem a vocação sacerdotal e é o que leva um jovem a dedicar-se exclusivamente à causa do Evangelho, como operário da civilização do amor, contribuindo assim para a renovação espiritual e social da humanidade. Há pouco tempo, recordei, neste espaço do nosso Jornal da Manhã, algumas figuras de nosso clero uberabense que exerceram seu ministério sacerdotal com dedicação, desprendimento e imensa caridade evangélica. Por isto são lembrados com saudades e gratidão dos que foram por eles assistidos e beneficiados.
Recentemente, na visita pastoral do Papa a certa região da Itália, Bento XVI recordava que, nos tempos atuais, temos de encontrar modelos e figuras novas de santos que, partindo de um diálogo constante com Deus, saibam superar as dificuldades e dar-lhes respostas certas.
Hoje a formação sacerdotal dos Seminários, seguindo as normas que a experiência secular da Igreja exige, deve buscar prudentemente caminhos novos para tempos novos. Assim a recente celebração do Ano sacerdotal já encerrado dará clareza e prudência à indispensável pedagogia de preparação dos futuros apóstolos de nossa Igreja. Caminhos novos inspirados no Evangelho e percorridos com alma nova.
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro
