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O Mundo imundo, que pena!

Karim Abud Mauad
Publicado em 20/04/2024 às 18:39
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Estamos vivendo em 2024 e, principalmente neste primeiro quadrimestre, situações inimagináveis do ponto de vista humano. Nem me refiro apenas às guerras da Rússia X Ucrânia, muito menos ao massacre na guerra eleitoral Israel X Palestina, tudo em nome de Deus, como muitos pregam, inclusive no Brasil. Independente do veículo que noticia essas barbáries, já é senso lógico, humano ou minimamente civilizado. Eu ando perplexo com a bizarrice de notícias como as que envolvem a mulher que levou o falecido no banco para assinar um empréstimo. Não sei de fato a relação parental, mas me incomoda ainda o detalhe do laudo do Samu e a quantidade de memes de mau gosto ou desgosto espalhados pelas redes sociais. Creio que este disparate não é privilégio tupiniquim, mas aqui, no nosso país, perdemos o senso e o decoro social. Restou o nada para muitos.

Em recente reunião da nossa centenária Aciu, fomos brindados com a palestra do querido Paulo Romes, empresário de sucesso, ex-presidente da coirmã Aciub, falando sobre termos propósitos na vida. Acredito que a maioria da humanidade anda vivendo sem propósito, só esperando o mundo acabar em barranco, para morrer encostado, neste famoso dito popular. Aqui fui ameno, mas de fato o ser dito humano cruzou a linha do inimaginável.

Se não bastasse isso, um barco é achado no Norte com nove mortos, todos vindos da África. Acredita-se em morte por sede e/ou fome. Falar o quê?

Nesta linha de grandes decepções, o nosso povo acredita em um bilionário exótico, com interesses comerciais e que trata cada país de acordo com seus interesses. No ritmo que vai, será contratado para centroavante do Flamengo, substituindo o lesionado Gabigol.

E vamos torcendo para leões, em determinadas situações, menos para o leão do IR, que trata desiguais de forma igual.

No país da piada pronta, temos dificuldades para entender o público e o privado. Percebo discussões em vários níveis, sobre privatizar ou não privatizar, quando na realidade deveríamos priorizar deveres e direitos, qualidade dos serviços, gestão e fiscalização, otimização do uso finito de recursos, tanto no público quanto no privado. Nesta área, como em tudo na vida, equilíbrio, bom senso, governança e a famosa teoria ética, deveriam permear estas discussões, e não a natureza da atividade ou se a gestão é do governo ou do empresário, já que o dinheiro não faz essa diferenciação.

O tema hoje precisaria ser tratado com o PCC, pois eles parecem ter negócios públicos, privados, legais e ilegais ou imorais. Só falta dominar a cátedra pentecostal.

Aliás, o que temos visto de rugido em público e de miado no privado é uma grandeza. Fala-se muito em discursos, aglomerações e encontros, e quando vai se agir de fato, nada é como foi falado. Eita, como tem leão de circo por aí.

Uma notícia sem importância muito comentada recentemente foi a vitória do Davi no “BBB24”. O que isso tem de fato? Nada. Apenas um ganhador de um reality show que terá alguns minutos de fama. Sinto falta do Golias, mas do comediante Ronald Golias, com piadas atuais proferidas há mais de 50 anos.

Poderia ficar aqui falando destas aberrações, tem até o caso dos professores... numa analogia de gênero, sexo, política e comportamento humano. Esta é triste, pois envolveu pessoas que conheço e admiro. Enfim, o Brasil de 2024.

Finalizo, entristecido pela perda do Ziraldo, muito bem homenageado pela Fernanda Torres, em artigo publicado na Folha de São Paulo, no dia 17/04/2024; recomendo a leitura. Ela finaliza após falar, entre outros assuntos, do criador do “Menino Maluquinho” e do “Flicts”, que tem seu túmulo hoje, localizado entre os de Carmen Miranda, Santos Dumont e Tom Jobim... Juntos, mesmo de forma simbólica, ainda, nas palavras dela, precisamos de um local para manter viva a memória de quem insiste num Brasil humano, criativo e justo. Difícil, né?

Temos o que temos, um mundo imundo.

 Karim Abud Mauad

karim.mauad@gmail.com

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