Em 1840 criou-se, pela lei provincial mineira nº 171, a comarca de Uberaba com a denominação de comarca do Rio Paraná, tendo como primeiro juiz de direito Joaquim Caetano da Silva Guimarães, irmão do romancista Bernardo Guimarães, que, por sua vez, foi juiz de direito em Catalão/GO.
Com isso passaram a atuar como advogados quaisquer cidadãos, desde que estudiosos do direito e provisionados, conforme permitido por Alvará Régio de 1713.
Entre os primeiros cidadãos residentes em Uberaba a praticarem a advocacia, salientaram-se Antônio Borges Sampaio, Henrique Raimundo des Genettes e Antônio Cesário da Silva e Oliveira Filho (major Cesário).
Já os primeiros livros jurídicos elaborados em Uberaba só vieram a aparecer nos primeiros anos do século XX, no caso, A Criminalidade em Uberaba – Ensaio de Criminologia Local, do promotor e advogado José Felício Buarque de Macedo, publicado dos nº 2 a 11 da Revista de Uberaba, por ele dirigida, de abril/1904 a janeiro/1905; a obra Divisão e Demarcação de Terras do Domínio Privado, de 1908, do mesmo autor; o livro O Código Penal e o Júri, de 1909, do então juiz municipal do termo de Uberaba, José Júlio de Freitas Coutinho, e Tapumes Rurais, de 1916, de Felício Buarque.
Em torno e por efeito da célebre ação judicial proposta em 1909 pela Fábrica da Matriz contra a Câmara Municipal reivindicando o patrimônio da cidade, foram publicados nada menos de quatro livros pelos advogados da causa, Felício Buarque, Antônio Cesário e Antônio Garcia Adjuto, e, em conjunto, pelos peritos Alexandre Barbosa e Silvério José Bernardes.
Em setembro de 1932 foi fundada a 14ª Subseção da OAB, presidida por Sebastião Fleuri, e em junho de 1933, instalou-se a Faculdade de Direito de Uberaba, dirigida pelo mesmo Sebastião Fleuri, mas fechada três anos depois.
Na década de 1940, o advogado José Mendonça publicou o clássico A Prova Civil e deixou inédito o livro Ação Declaratória.
Em 1952, Mário Palmério fundou a Faculdade de Direito do Triângulo Mineiro, até hoje existente como curso de Direito da Universidade de Uberaba, esta organizada e até hoje dirigida pelo reitor Marcelo Palmério.
Até que, em 1974, com a publicação dos primeiros livros jurídicos dos advogados Edson Prata e Ronaldo Cunha Campos e do juiz de direito Humberto Teodoro Júnior, empreenderam-se consistentes, amplos e profundos estudos do direito processual em Uberaba e Uberlândia (advogado Jaci de Assis e juiz de direito Ernâni Fidélis dos Santos), a partir do Código de Processo Civil aprovado no ano anterior.
Estudos esses impulsionados pelo dinamismo e espírito de iniciativa de Edson Prata, que não só incentivou seus colegas como lhes proporcionou meios e modos de editarem e propagarem seus livros, além de promoverem a publicação da notável – e existente, em nova fase, até hoje – Revista Brasileira de Direito Processual.
Essas iniciativas, corporificadas em verdadeiro e organizado núcleo jurídico, ficaram nacionalmente conhecidas como “Escola Processual do Triângulo Mineiro”.
De dois dos notáveis juristas que a criaram e dela fizeram parte são apresentados na revista eletrônica Silfo nº 7 (disponível no blog https://revistasilfo.blogspot.com/) dados biográficos e textos literários e jurídicos, como pálidas amostragens de seu grande poder criador.
Por sua vez, esse desenvolvimento extraordinário e específico foi acompanhado da intensificação de publicação de inúmeros outros livros jurídicos por operadores do direito em Uberaba, conforme elencados em capítulo específico no terceiro volume do livro eletrônico Patrimônio Cultural de Uberaba nos blogshttps://bibliografiasobreuberaba.blogspot.com/ e https://bibliosobreuberaba.wordpress.com/