Muitos clientes, de lojas físicas, perguntam muito sobre as mercadorias, vantagens, material, usabilidade, garantia, etc, etc.
Às vezes, perguntam duas e até três vezes as mesmas coisas.
Os vendedores chegam a se questionar se eles, vendedores, estão sendo prolixos, ou se há alguma dificuldade de comunicação ou de entendimento por parte do cliente.
Outros tantos clientes demonstram muita insegurança para fechar uma venda, mesmo diante de vendedores que são exímios profissionais.
Em verdade, o problema não é tão somente técnico, ou seja, aquele que envolve o vendedor ou as etapas da venda; a situação é ampla e envolve o psicológico do cliente.
Exatamente isso: muitos clientes precisam muito mais do que informações sobre a mercadoria ou sobre o seu uso; eles precisam ser ouvidos além das suas necessidades sobre os produtos. Muitas vezes, os clientes precisam de carinho e atenção; muitas vezes, o vendedor é a única pessoa que lhe dará atenção. E não raro o cliente paga por essa consulta comprando alguma coisa e que talvez nem vá usar. Isso mesmo, muitas vezes o cliente compra, às vezes, após ir duas, três, quatro vezes à loja e sem nenhuma necessidade da mercadoria; ele compra para, de certa forma, remunerar o vendedor pelo tempo perdido e pela atenção dispensada.
Essa constatação nos faz refletir sobre a extensão da atividade profissional do vendedor e a dimensão da sua responsabilidade.
Estamos num mundo onde ninguém tem tempo para ninguém, ao menos no real; onde ninguém mais olha nos olhos, onde não se fala, muito menos se escuta. E o resultado são pessoas frias, tristes e carentes; especialmente os mais velhos.
E dessa realidade concluímos que cabe ao profissional de balcão, ao atendente e ao vendedor uma boa dose de paciência, de capacidade de ouvir, de profissionalismo e, claro, um pouco de psicologia.
Afinal, estamos lidando com gente, com pessoas que têm vontades, necessidades, amor e sentimentos. E, muitas vezes, o que elas mais necessitam é de um tesouro chamado atenção!
