Passada a comemoração litúrgica dos últimos momentos da vida terrestre de Jesus, a Igreja nos convida a viver as alegrias da vitória de Cristo sobre a morte. Ressuscitou, dizem os anjos aos que desejavam ungir com perfumes o corpo sacrossanto do Senhor. Por isto, na liturgia deste tempo pascal, repetimos muitas vezes a exclamação Aleluia. É um convite para vivermos a alegria da vitória de Cristo sobre a morte, desde o momento em que as mulheres e os apóstolos encontraram o sepulcro vazio de Cristo e ouviram a estrondosa notícia de que Ele estava vivo. Ressuscitara!
É neste Senhor nosso, Jesus Cristo, vencedor da morte, que a criatura humana encontra “a beleza da verdade e a beleza do amor”, como nos lembra o santo escritor franciscano São Boaventura. De fato, não há beleza que tenha valor, se não for reflexo da verdade nela contida.
Há felizmente hoje, nos vários movimentos eclesiais, um despertar da convicção de que a fé não pode ser um passageiro encontro com Cristo ou uma emoção sentimental pela beleza de uma celebração litúrgica. A vida religiosa é adesão convicta à mensagem que Cristo nos trouxe e consequente fidelidade a Ele e à sua Igreja.
É, por certo, esta adesão interior que se exterioriza na participação comunitária que faz do cristão uma verdadeira e fiel testemunha do Senhor Jesus. Desta maneira, o cristão é, mesmo sem se proclamar, uma luz que ilumina a escuridão do mundo hodierno. Assim se torna o apóstolo de que a sociedade tem precisão hoje.
Ao lado de nossas misérias e fraquezas, há por certo muita beleza no mundo cristão, que temos de apreciar e favorecer. Não pode o homem de fé sucumbir pelo acervo de dificuldades. Somos nós, cristãos, os teimosos apóstolos da esperança que se tornou inconfundível pela vitória de Jesus sobre a morte.
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro
