Antecipação. No início do ano escrevi neste espaço do Jornal da Manhã, que o Uberaba Sport Club poderia ser feliz nas competições que iria disputar...
Antecipação. No início do ano escrevi neste espaço do Jornal da Manhã, que o Uberaba Sport Club poderia ser feliz nas competições que iria disputar. Todos nós da imprensa, junto com sua torcida e diretoria, sabíamos que em janeiro, o USC para fazer um bom Campeonato Mineiro, deveria já estar com sua equipe pronta e ajustada para dar início à competição promovida pela Federação Mineira. Um campeonato previsto para um só turno. Competição com uma final já definida entre Atlético x Cruzeiro. Todo o Estado de Minas Gerais, a não ser a cidade de Belo Horizonte, sabe que a FMF nunca vai preocupar com o futebol do interior. O que ela permite é que, se possível, as equipes do interior se revezem entre o 3º e 4º lugares. Disputar o título nunca. Isso seria desagradar e enfraquecer os dois grandes times de Minas Gerais. Bem, mas vamos ao que interessa. O USC fez o seu papel. Conseguiu permanecer na divisão especial e foi um pouco melhor do que nos anos anteriores. Ficou por antecipação entre os oito melhores do Estado. Num segundo tempo, o USC sentiu que era necessário alçar um voo mais alto. A diretoria, mais unida e madura, resolveu ir para a disputa da Série D do Brasileiro. Buscou Marcelo Araxá, ex-atleta, conhecedor do futebol mineiro, paulista, goiano. Enfim, alguém com amizades feitas durante o seu tempo de jogador dentro das quatro linhas. Deu-lhe condições, para junto e com o aval de Ernani Nogueira, montar um grupo forte e experiente, sob o comando do técnico Érick Moura. O treinador vem ganhando prestígio e coragem de atacar. E se correr tudo como venho profetizando, o USC vai conseguir subir para a Série C. O Érick, antecipadamente, vai deixar de ser chamado de técnico para ser chamado de professor. Acertadamente, de novo a diretoria sentiu o esforço de Ernani e Marcelo Araxá, que com um plantel maior vai também disputar a Taça Minas Gerais, competição de tiro curto. Vai chegar quem estiver com o pulmão cheio de gás e as pernas bem preparadas. Neste quesito, tiro o chapéu para o preparador e professor Luís César. Um profissional exemplar. O USC sobrou na condição física contra o Uberlândia. Comemoração Em situações bem diferentes, enquanto os torcedores do USC fazem comemorações antecipadas pela classificação em 1º lugar no grupo (isso vai acontecer domingo, contra o Ituano), a diretoria atual do Nacional esqueceu que o clube fez aniversário no dia 1º de agosto. Como não teve comemoração, vai ser mais um ano perdido para o Naça. Ah, lembrei! É o 1º ano em toda a sua história, que uma diretoria deixa o Naça de fora de uma competição oficial, talvez este seja o caminho pro Nacinha deixar de existir, mas espero e quero que isto não chegue a acontecer. Até entendo que como time amador, qualquer pessoa física poderia ser treinador ou enganador, mas professor nunca. Caso isso aconteça, não quero ver por lá, em JK, o Lúcio, o Rui e o Gaspar, profissionais que se matam pelo NFC, e dia após dia veem e sentem que o clube está ficando velho e fraco. Cada ano que passa sem praticar futebol o time perde seus torcedores. Mas falando de algo bom, estive com meu amigo Rubens Alves da Silva, o Rubinho, cunhado do Arly Coelho, ex-diretor e torcedor apaixonado do alvinegro. Estive na fábrica de ladrilhos dele, e lá chegando revi o Neto, funcionário fundador e amigo do patrão Rubinho, com quase quarenta anos de trabalho. Entrei no escritório, conheci sua filha caçula e vi o Rubinho sentado, descansando as pernas já um pouco cansadas, olhei na parede e deparei com um quadro cheio de fotos do seu tempo de jogador. Vi a foto do Nacional campeão em 64, subindo para a primeira divisão. Brinquei com o Rubinho, como ele estava novo. Ele fez questão de falar dos seus bons tempos de Nacional. Lembrei-me de um jogo entre Nacional e América. A partida acabou empatada em 3 a 3. Naquele jogo, o Rubinho foi para mim o melhor em campo. Sua vontade, sua garra, nas quais procurei me espelhar, motivou comentários de toda a torcida. Quando o Rubens Alves perguntou-me sobre como está o Estádio JK, nem quis responder. Mas aqui decidi dar uma sugestão de amig “Rubinho, chame seus amigos e ex-companheiros de jornada como Netinho, Alaerte, Aflaton, Nilton Prata, Gilberto Peres (Beteira), Tinoco e outros que estão por aqui. Leve-os até JK. Rubinho, apesar de tudo, vocês irão lembrar da música do Chico Buarque, ‘Apesar de Você’, e poderão passar horas de alegrias e de boas recordações, e tenho certeza que irão sair confortados. Você vai sair revigorado, suas pernas ficarão melhores, porque você fez e deu o melhor de si”. No mais, um dia o nosso Nacinha vai se revoltar e dar a volta por cima.